Viciado em internet? Descubra se você sofre de 'Brainrot'
Esta é mais uma das patologias que surgiram com a chegada e ascensão da era digital.
O termo “brainrot” é uma gíria que vem do inglês e pode ser traduzido como “apodrecimento do cérebro”. Embora soe dramático, a expressão é usada de forma coloquial para descrever uma obsessão extrema por algo, como séries, jogos ou redes sociais, que domina os pensamentos e conversas de uma pessoa.
Em um sentido mais amplo, brainrot se refere à sobrecarga mental causada pelo consumo excessivo de informações e estímulos digitais, resultando em prejuízos cognitivos e emocionais.
Nos dias atuais, tal condição tem se tornado cada vez mais comum, especialmente entre as gerações mais jovens.
As gerações Z e Alpha, nascidas entre 1996 a 2012 e 2013 em diante, respectivamente, são os primeiros grupos a crescerem em um mundo totalmente digital.
A geração Z, também conhecida como “centennials” e “zoomers”, é marcada por uma alta proficiência tecnológica, sendo a primeira a ter acesso à internet desde a infância.
Já a geração Alpha, composta pelos filhos dos millennials (geração anterior à Z), é ainda mais imersa no digital, com dispositivos inteligentes sendo uma presença constante desde o nascimento.
As duas gerações mais novas são particularmente vulneráveis ao brainrot devido à sua intensa interação com tecnologia e mídias digitais.
A constante exposição a redes sociais, vídeos curtos e jogos online cria um ambiente de estímulo contínuo, tornando difícil a desconexão e promovendo a distração constante.
Paralelamente, a necessidade de gratificação imediata e a busca incessante por novas informações alimentam essa patologia moderna, levando a um círculo vicioso de consumo digital.
Os principais sintomas de brainrot
O brainrot, ou “apodrecimento do cérebro”, manifesta-se de várias maneiras. Entre os sintomas mais comuns estão a dificuldade de concentração, a sensação de ansiedade e o esgotamento mental.
Jovens afetados por essa condição frequentemente relatam problemas para focar em tarefas acadêmicas ou de trabalho, bem como uma diminuição na capacidade de memória e retenção de informações.
Cérebro dos mais jovens pode apresentar dificuldades para se desconectar – Imagem: reprodução
Além dos efeitos cognitivos, o brainrot tem profundas conexões com a saúde física. A falta de atividade, decorrente do tempo excessivo gasto em frente a telas, pode levar a problemas como obesidade, distúrbios do sono e problemas posturais.
Tais fatores, somados ao impacto emocional da comparação constante com as vidas perfeitas apresentadas nas redes sociais, podem resultar em uma diminuição significativa na qualidade de vida.
O que pode ser feito contra o brainrot?
Combater o brainrot é imperativo atualmente. Uma abordagem eficaz envolve mudanças de hábitos e uma vigilância contínua sobre o uso de dispositivos tecnológicos.
Limitar o tempo de uso de smartphones, computadores e o acesso à internet são passos fundamentais. No entanto, outras medidas são essenciais para um combate abrangente a essa condição.
Incorporar a prática regular de exercícios físicos é crucial para manter o corpo e a mente saudáveis.
Estimular interações sociais face a face, em vez de apenas virtuais, ajuda a desenvolver habilidades interpessoais e reduzir a sensação de isolamento.
Além disso, promover hobbies que não envolvam tecnologia, como leitura, artesanato ou esportes, pode proporcionar um equilíbrio saudável na vida cotidiana e afastar o brainrot.
É necessário lançar luz sobre esse tema
A conscientização sobre o brainrot e outras patologias associadas ao uso excessivo de multimeios digitais é indispensável.
Por isso, campanhas educativas em escolas, famílias e comunidades podem ajudar a criar um ambiente mais saudável e equilibrado para as gerações futuras.
Por fim, entender os riscos e aprender a manejá-los de maneira eficaz é essencial para garantir o bem-estar mental e físico em um mundo cada vez mais digital.
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