Você não é mais criança, mas a sua infância ainda causa problemas!
Você tem problemas de autoestima, depressão, dificuldades de se adequar e até mesmo de estudar? Confira 6 problemas que podem estar relacionados a negligência sofrida durante a infância.
A jornada do desenvolvimento humano é complexa e, profundamente, influenciada pelas experiências vividas na infância. Estudos recentes destacam o impacto duradouro do negligenciamento emocional infantil, uma realidade enfrentada por muitos, mas frequentemente invisível aos olhos da sociedade.
Uma pesquisa, realizada pelo Departamento de saúde dos Estados Unidos, revela uma ligação direta entre a negligência e o abuso infantil e problemas de longo prazo. De acordo com o estudo, crianças que sofrem abuso emocional têm seu desenvolvimento cerebral afetado, com aumento dos níveis de estresse o que causa prejuízos em diversas áreas cerebrais.
O negligenciamento emocional acontece quando os pais ou responsáveis falham em atender de forma adequada às emoções das crianças. A falta de atenção pode resultar em inúmeros problemas na vida adulta. Veja alguns dos sinais comportamentais que indicam a negligência sofrida na infância:
- Baixa autoconfiança, autoestima e autoconhecimento: Adultos que sofreram negligência emocional frequentemente duvidam de suas habilidades e talentos. Podem se sentir ansiosos e inseguros em situações desafiadoras, e assim passarem a questionar o seu próprio valor. Além de não reconhecerem suas própria habilidades, gostos e desejos, devido a falta de validação durante a infância.
- Dificuldades de regular emoções e vícios: Indivíduos negligenciados na infância podem ter dificuldades em lidar com emoções intensas de maneira saudável, o que pode levar a dependências como comida, drogas, álcool, compras, jogos, pornografia ou internet.
- Desenvolvimento cerebral prejudicado: A exposição a níveis tóxicos de estresse pode alterar a arquitetura cerebral, afetando áreas responsáveis por emoções, pensamento cognitivo e compreensão de risco e consequências.
- Problemas de relacionamento e confiança: Como resultado da falta de modelos confiáveis na infância, adultos podem enfrentar desafios em formar e manter relacionamentos saudáveis, alternando entre desconfiança excessiva (exemplo: ciúmes excessivo) e confiança imprudente.
- Problemas de saúde mental e física: A negligência está ligada a uma variedade de problemas de saúde: depressão, ansiedade, doenças cardíacas, pulmonares e hepáticas, obesidade e diabetes.
- Dificuldades acadêmicas e profissionais: É comum ver problemas de aprendizado e desempenho escolar, incluindo dificuldades com funções executivas, atenção, baixos QIs em pessoas que sofreram negligência.
Além dos impactos individuais, essa atitude de negligenciar na infância tem um impacto social e comunitário, pois acaba sobrecarregando sistemas de saúde, educação e justiça criminal. Nos Estados Unidos, por exemplo, o abandono representa 78% de todos os casos de maus-tratos infantis, superando casos de abusos físicos, sexuais e psicológicos somados.
A superação dessas adversidades exige uma abordagem multidisciplinar. Indivíduos como os que participaram das pesquisas podem se beneficiar de terapias focadas em aumentar a autoconsciência e reconhecer seus próprios sentimentos e habilidades. Isso inclui desafiar crenças negativas sobre si mesmos e aprender a valorizar suas emoções e experiências.
É importante reconhecer que o abandono emocional durante a infância não é apenas uma questão pessoal, mas um problema de saúde pública que precisa da atenção da sociedade e de recursos. Intervenção adequada e rápida pode auxiliar, no longo prazo, a reverter os efeitos adversos que vemos hoje. Isso trará um impacto positivo para a sociedade como um todo.
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