Você sabia? A primeira baleia do mundo era peluda e vivia fora d’água
Baleias, gigantes do oceano, evoluíram de um ancestral terrestre e peludo.
A história das baleias, majestosos habitantes dos oceanos, remonta a um curioso ancestral terrestre descoberto no fim dos anos 1970, o Pakicetus, considerado a “primeira baleia”.
Esse animal, que viveu há milhões de anos, era coberto por pelos e caminhava em quatro patas sobre o solo, ou seja, não era marinho. Sua descoberta foi um marco importante para entender a evolução dos cetáceos modernos.
As transformações sofridas pelo Pakicetus ao longo do tempo proporcionaram o surgimento de diversas espécies aquáticas, em um percurso evolutivo que durou milhões de anos, mas que, surpreendentemente, foi rápido em termos geológicos.
Tal adaptação rápida ao ambiente aquático permitiu que os descendentes desenvolvessem características únicas, como a habilidade de ouvir debaixo d’água.
Ilustração mostra o processo de evolução das baleias – Imagem: reprodução/Aldona Griskeviciene/Shutterstock
Ancestral do Pakicetus e suas características
Apesar de ser terrestre, o Pakicetus compartilha semelhanças com as baleias modernas, como o osso auricular, componente anatômico crucial para a audição subaquática, o que evidencia seu potencial evolutivo.
O animal antigo habitava a borda do Mar de Tétis, uma região que hoje corresponde ao Paquistão e à Índia, local onde se alimentava de criaturas terrestres e peixes.
A evolução do Pakicetus para baleias aquáticas foi um processo complexo. Estima-se que tal transformação tenha ocorrido ao longo de oito milhões de anos.
O Ambulocetus, um de seus descendentes, viveu entre 48 e 50 milhões de anos atrás e apresentava uma cauda adaptada para a natação, embora ainda mantivesse os quatro membros.
Já outros descendentes mais recentes do Pakicetus, os Dorudontídeos e os Basilossaurídeos, viveram na Terra entre 33 e 40 milhões de anos atrás.
De terrestre a aquático: a diversificação das baleias
Os Dorudontídeos e Basilossaurídeos, sucessores do Ambulocetus, exibiam adaptações significativas, como membros posteriores que diminuíram e narinas que se reposicionaram.
Tais características adaptativas os tornaram completamente aquáticos e possibilitaram a diversidade existente entre as baleias de hoje.
Cetáceos de barbatanas, como a baleia-azul, desenvolveram um sistema de alimentação por filtragem. Outros, como orcas e golfinhos, mantiveram dentes e se destacam por sua habilidade predatória.
Importantes mudanças genéticas também ocorreram, com influência sobre a produção de saliva e os sentidos olfativos e gustativos, aspectos essenciais para a vida no oceano.
O estudo da evolução das baleias, liderado pela pesquisadora Dra. Ellen Coombs em 2022, destaca a rapidez com que o Pakicetus se adaptou ao ambiente aquático.
Tal descoberta não só amplia o conhecimento sobre a história desses cetáceos como também reforça a complexidade da evolução dos seres vivos ao longo do tempo.
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