Você teria uma idade DIFERENTE nos outros planetas do Sistema Solar; entenda
As diferenças nos movimentos de rotação e translação dos planetas fazem com que o tempo ‘passe de forma diferente’ em cada um deles, o que alteraria a nossa idade.
A cada 365 dias, nos reunimos com família e amigos para celebrar nossos aniversários. Essa é uma tradição que marca o intervalo de um ano, ou seja, uma volta da Terra ao redor do Sol.
No entanto, os conceitos de ano e idade assumem dimensões distintas em outros cantos do Sistema Solar. Com a vasta diversidade de órbitas e rotações planetárias, a noção de idade pode variar (e muito).
Dias e anos em outros planetas
Quantos dias tem um ano? E quantas horas tem um dia? É comum nos apressarmos para responder tais perguntas com os conceitos de tempo terrestres. Porém, a métrica é diferente em cada planeta do universo.
Uma pessoa nascida em março de 1998, aqui na Terra, celebrou seus 25 anos. Mas, se transportássemos a pessoa para Mercúrio, onde os anos duram apenas 87 dias terrestres, ela já estaria com incríveis 105 anos.
Enquanto isso, em Netuno, onde um ano equivale a 164 anos terrestres, a mesma pessoa nem mesmo viveria o suficiente para apagar a primeira velinha de aniversário.
Por que essa disparidade na passagem do tempo?
Para entender tal complexidade, é preciso ter em mente que a duração dos dias em cada planeta difere radicalmente dos dias terrestres, levando a anos mais longos ou mais curtos em cada astro.
Ao completar 30 anos na Terra, uma pessoa viveu cerca de 10.957 dias. Em Marte, com dias quase equivalentes aos nossos, seriam 10.637 dias, mas sua idade seria de apenas 15 anos, pois a translação marciana dura quase o dobro da terrestre.
Vênus, por outro lado, apresenta uma peculiaridade: um ano lá é mais curto que um dia. Isso porque a rotação de Vênus é muito mais lenta que sua translação, resultando em um ano com apenas 225 dias terrestres, mas um dia em vênus dura 243 dias na Terra.
(Imagem: divulgação)
A rotação de um planeta é influenciada pela velocidade com que o material de composição girava durante seu processo de formação, tornando cada caso único. Porém, quando se trata de translação, quanto mais distante do Sol, mais longo é o ano.
Relembrando: rotação é o movimento do planeta em torno do seu próprio eixo (resultando em dias), já a translação é o deslocamento do planeta ao redor do Sol (resultando em anos).
Leis de Kepler
Essa regra foi estabelecida por Johannes Kepler e Tycho Brahe, dois grandes nomes da astronomia. Kepler, analisando as observações de Brahe, desvendou que os planetas não seguem trajetórias circulares, mas sim elípticas.
As órbitas elípticas permitem que os planetas fiquem mais próximos ou distantes do Sol ao longo de suas trajetórias, resultando em variações na velocidade de translação.
Anos depois, Kepler percebeu que quanto mais distante um planeta está do Sol, mais lenta é sua translação e, portanto, mais longo é o ano.
Tais leis, conhecidas como “Leis de Kepler”, tornaram-se fundamentais na astronomia e na previsão dos movimentos de planetas, cometas e asteroides, continuando a guiar nossa compreensão do Sistema Solar até hoje.
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