Volta às aulas presenciais é discutida por ministros
Ministérios da Educação e da Saúde estudam criação de protocolo de segurança para a rede de ensino.
Com o avanço da vacinação pelo Brasil, o governo federal anseia a retomada das aulas presenciais. Os ministros Milton Ribeiro (Educação) e Marcelo Queiroga (Saúde) estudam a criação de um protocolo. A afirmação foi feita por ambas as pastas nesta quinta-feira (8).
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O anúncio foi realizado em Brasília, durante uma conversa com jornalistas. Segundo Queiroga, 80% dos professores do ensino básico já receberam a primeira dose da vacina. Isso possibilitaria um retorno às aulas já no mês de agosto.
“Temos apoio da Unicef, da Unesco, da OMS e da OCDE. Há absoluto consenso de que a vacinação não é pré-requisito para o retorno às aulas. Vamos, portanto, criar um protocolo conjunto que será estabelecido por portaria interministerial. Estabelecendo as regras para o retorno seguro”, disse.
Tanto Queiroga quanto Ribeiro não informaram uma data para publicação da portaria. Entretanto, a expectativa é de que o protocolo seja anunciado já na próxima semana. As informações foram divulgadas pela Agência Brasil de notícias.
“Somos um dos últimos países com as escolas fechadas”
O ministro da Educação disse que o país “chegou ao limite”. “Somos um dos últimos países com as escolas fechadas. A perda é acadêmica, emocional e pode até ser considerada nutricional para muitas crianças”. Ele também criticou “a falta de decisão política dos entes federados lá na ponta”.
Já no setor da educação, Milton Ribeiro diz que o assunto ganhou viés político. “Alguns estados e algumas redes infelizmente estão politizando o assunto de educação. Tratando as crianças como peça de manobra política”, acrescentou.
Ele aproveitou para discordar de argumentos que alegam necessidade de vacinar os alunos para o retorno. “Daqui a pouco o discurso vai ser vacinar os pais e avós, e aí não se volta mais”, pontuou.
Ribeiro ainda ressaltou que tem ouvido muitos buscarem exemplos de fora do país para comparação. Geralmente a comparação demonstra que o Brasil está atrás nas políticas sociais.
Para o ministro, essas pessoas agora devem olhar para os mesmos exemplos e reavaliar o que disseram antes. Para o ministro, os exemplos de agora mostram “que estamos errados em não restabelecer a aula presencial”.
Grupos de alunos irá se revezar
Ribeiro também falou que uma das propostas é criar um rodízio de alunos. “O Brasil todo funciona, supermercado funciona, todos com distanciamento, com cuidados. Dizer que tem problemas estruturais na educação, isso já vem há 20 anos, estamos procurando sanar. Sanar como? Com rodízio de aulas, uma parte vem. Ah, mas não cabem 40 alunos numa sala? Vem 15 num dia, uma semana. E outros assistem pela internet”, explicou.
Ele ainda disse que teria se sentido constrangido em reuniões externas. “Podem anotar, eu passei vergonha na reunião do G20 porque o Brasil era o único país com 450 dias de escolas fechadas. África do Sul voltou no ano passado às aulas presenciais. A grande maioria dos países do G20 voltaram às aulas presenciais”, disse.
Os detalhes oficiais do protocolo devem ser informados apenas com a sua publicação.
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