Webinário debate ‘violência na escola’
Evento do MEC teve como temas: polarização social; racismo e preconceito, além de discriminação e censura
A precariedade ético-cultural da escola; polarização social; precarização do trabalho docente; formas de racismo e de preconceito; discriminação e censura. Sob essas pautas, o Ministério da Educação (MEC) – por meio da Secretaria Intersetorial e dos sistemas de ensino (Sase) – realizou, nessa quinta-feira (23), o 9º Encontro do Ciclo de Webinários da Conferência Nacional de Educação 2024, cujo tema central foi a “Violência e Intolerância na escola”, com transmissão pelo canal do MEC no Youtube.
Ao abordar estudos a respeito de intolerância e violência nas escolas, e fazer recomendações de prevenção, a doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenadora do Grupo “Ética, Diversidade e Democracia na Escola Pública”, do Instituto de Estudos Avançados da Unicamp, Telma Vinha, acentuou que ‘a violência escolar se dirige diretamente à instituição escolar e aos que fazem parte dela’. Entre os tipos de violência, ela observou que podem, desde incidentes na escola à violência que invade a escola (como os ataques extremos, tráfico de drogas e etc.) ou violência na escola (por meio de manifestações agressivas ou violentas).
“Nós temos também dentro dos problemas de convivência da escola, o que é chamado de manifestação perturbadora. Ela não é violência, mas é aquilo que os professores principalmente reclamam, por exemplo: a bagunça, a indisciplina, a desobediência a regras. Ela não pode ser considerada violência, mas é algo que perturba, que atrapalha o andamento da classe e que atrapalha o trabalho do conteúdo”, disse, ao comentar que, no exterior, a reclamação recorrente está associada a problemas de convivência, que atrapalha a qualidade das relações.
“Acontece que, no Brasil, os nossos docentes, gestores percebem esses problemas de convivência com maior intensidade, se comparado com outros países que fizeram parte, por exemplo, do Pisa [Programa Internacional de Avaliação de Estudantes]. Para os nossos gestores, a indisciplina é o segundo fator que mais dificulta o funcionamento das escolas”, completou a doutora da Unicamp.
Além de Telma, o Webinário contou com a participação do deputado federal Jorge Goetten (PL-SC), que integra o grupo de trabalho para a Política de Combate à Violência nas Escolas Brasileiras da Câmara dos Deputados, tendo como moderador o professor-pesquisador sênior da Universidade de São Paulo (USP), Luiz Roberto Alves.
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