1º ciborgue do mundo é um artista plástico

Neil Harbisson redefine a relação entre humanos e tecnologia como o primeiro ciborgue reconhecido oficialmente.

A tecnologia tem avançado rapidamente, trazendo inovações que transformam nossa percepção de mundo. Uma das áreas mais fascinantes é a integração entre seres humanos e máquinas.

O conceito de ciborgue, inicialmente explorado na ficção científica, agora se torna uma realidade tangível com indivíduos que incorporam tecnologias cibernéticas em seus corpos.

Neil Harbisson é um pioneiro nesse campo, sendo o primeiro ser humano reconhecido oficialmente como um ciborgue.

Sua história não é apenas uma curiosidade tecnológica, mas uma revolução na maneira como entendemos a interação entre biologia e tecnologia.

O que é um ciborgue?

O termo ciborgue foi criado em 1960 pelos cientistas Manfred Clynes e Nathan Kline, combinando as palavras cibernético e organismo.

Um ciborgue é um ser que possui componentes orgânicos e cibernéticos, ou seja, uma mistura de carne e tecnologia.

Enquanto próteses e implantes se tornam cada vez mais comuns, o que diferencia um ciborgue é a integração permanente da tecnologia ao seu sistema nervoso, ampliando suas capacidades naturais.

A história de Neil Harbisson

Neil Harbisson nasceu em 1982 em Belfast, Irlanda do Norte, e foi criado na Catalunha, Espanha.

Desde cedo, ele se destacou por sua visão peculiar do mundo, enxergando apenas em preto e branco devido à acromatopsia, uma condição rara.

Apesar dessa limitação, Harbisson se interessou profundamente pelas artes visuais e a música, buscando maneiras criativas de expressar sua percepção única.

A jornada para se tornar um ciborgue

Em 2003, Harbisson conheceu Adam Montandon, um estudante de cibernética na Universidade de Plymouth.

Juntos, eles desenvolveram o ‘eyeborg’, uma antena cibernética implantada no crânio de Harbisson que capta frequências de luz e as transforma em vibrações sonoras.

Cada cor tem uma frequência específica que Harbisson pode ‘ouvir’ através da condução óssea dentro do ouvido.

Com o tempo, ele aprendeu a distinguir essas frequências, permitindo-lhe ‘ouvir’ as cores.

Esse dispositivo não apenas ampliou a percepção de Harbisson sobre o mundo, mas também redefiniu sua identidade. Ele afirma que não usa ou veste a tecnologia; ele é a tecnologia.

Em 2004, Harbisson conseguiu que as autoridades britânicas permitissem que ele aparecesse em sua foto de passaporte com a antena, tornando-se o primeiro ciborgue reconhecido legalmente.

Como é a vida de Neil

Para Neil Harbisson, viver como ciborgue é uma experiência de constante evolução. Ele vê a antena como uma parte integrante de seu corpo e identidade.

Harbisson defende ativamente os direitos dos ciborgues e a aceitação da tecnologia como uma extensão natural do corpo humano.

Ele fundou a Cyborg Foundation, uma organização que apoia pessoas interessadas em se tornarem ciborgues e promove o uso da tecnologia para melhorar a experiência humana.

Além de ouvir cores visíveis, Harbisson expandiu as capacidades de seu eyeborg para incluir frequências infravermelhas e ultravioletas, permitindo-lhe perceber um espectro de luz invisível ao olho humano.

Tal habilidade lhe proporciona uma visão única do mundo, possibilitando-lhe, por exemplo, sentir o calor de um ambiente ou detectar a poluição do ar.

As implicações sociais e éticas

A história de Harbisson levanta importantes questões sobre o impacto social e ético da tecnologia na definição da humanidade.

Questões como privacidade, identidade e igualdade são debatidas à medida que mais pessoas optam por integrar tecnologia em seus corpos. É essencial que a sociedade discuta e decida como lidar com essas novas formas de existência.

O futuro dos ciborgues

Neil Harbisson vê a fusão entre humanos e tecnologia como uma forma de evolução que pode enriquecer nossas vidas de maneiras inimagináveis.

Ele acredita que a tecnologia consegue nos ajudar a superar limitações físicas e sensoriais, proporcionando novas formas de perceber e interagir com o mundo.

A ciborguização pode abrir portas para novas formas de expressão artística e cultural, permitindo uma conexão mais profunda com o mundo ao nosso redor.

*Com informações de National Geographic e Olhar Digital.

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