20% dos professores de inglês no nosso país não possuem superior completo

Das turmas que estudam a língua em todas as redes de ensino, somente 29,42% possuem professores com títulos adequados para ensino do idioma.

Foi realizada uma pesquisa pelo British Council que mostrou que somente 5% da população brasileira fala inglês, e também que somente 1% desse montante são pessoas fluentes na língua. Esse dado causa impacto direto no ensino da língua inglesa no nosso país, que hoje tem uma grande defasagem na formação de seus professores. Os dados dizem que de todos os 172 mil docentes da língua no Brasil, quase 20% não possuem ensino superior completo.

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O levantamento foi publicado pelo Observatório para o Ensino da Língua Inglesa e mostra que do total de turmas que estudam a língua em todas as redes de ensino, somente 29,42% possuem professores com títulos adequados para ensino do idioma. A maioria dos professores não possui nenhuma formação complementar acima de 80 horas, enquanto cerca de 61,49% não possui nenhuma formação complementar, sendo que a maior parte possui somente licenciatura ou bacharel em letras.

No ano de 2020, o CNE (Conselho Nacional de Educação), através das Diretrizes Curriculares Nacionais para a oferta da Educação Plurilíngue, definiu como base para os docentes de escolas bilíngues o nível de domínio da língua B2, do CEFR (Common European Framework), que seria um padrão de nível internacional e também reconhecido, para poder descrever o nível de proficiência de algum idioma. Além de dominá-lo completamente, o professor da escola precisa ir um pouco mais além do ensino da língua.

Esse mercado movimenta por ano aproximadamente R$ 250 milhões no nosso país. Logo, a qualificação dos professores inseridos nesse segmento é muito importante, ainda mais se for avaliado o contexto dos alunos, que estão cada vez mais conectados e imersos na língua inglesa, seja pelas músicas disponíveis, séries ou até mesmo jogos online.

Para a Coordenadora Acadêmica Andreia Fernandes, do Edify Education, uma empresa que gera soluções educacionais da língua inglesa para as escolas, um dos problemas enfrentados que estão relacionados à defasagem da formação dos professores seria a metodologia que é utilizada para acessar as graduações de Letras, seja para Português ou Inglês, que é o requisito mínimo e obrigatório para professores do idioma. “O sistema de avaliação para ingresso no curso de Letras, por exemplo, não inclui uma prova de habilidades específicas em relação à competência linguística oral do candidato. Muitos começam a graduação sem saber nem o básico. E uma das funções do ensino superior, com foco na licenciatura, por exemplo, é preparar o graduando para ministrar aulas e não ensinar o idioma em si”, disse ela.

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