Crianças japonesas aprendem a andar de modo diferente dos outros países

Estudos revelam diferenças sutis no desenvolvimento do andar de crianças de diferentes nacionalidades.

A partir de um estudo publicado na revista Scientific Reports, pesquisadores japoneses demonstraram diferenças no modo de andar das crianças nascidas em seu país e em outros lugares do mundo. No entanto, outras pesquisas sugerem que o país no qual a criança cresce é indiferente nesse processo, sendo a coordenação e consistência mais relevantes.

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Estudo japonês encontra 4 diferenças importantes

O ato de andar é complexo e inconsciente, envolvendo uma extensa combinação de músculos e estímulos. Entender como esse ato funciona e, principalmente, como ele se desenvolve pode servir de parâmetro para a saúde humana. Tendo isso em mente, cientistas da Universidade de Nagoya e do Centro Médico e de Reabilitação de Aichi Mikawa Aoitori avaliaram os padrões do caminhar de 424 crianças entre 6 e 12 anos.

Para a realização deste estudo japonês, um sistema em 3D foi utilizado para analisar as diferenças entre os membros inferiores durante uma caminhada em crianças de diferentes idades. Como resultado, foram encontradas quatro diferenças importantes:

  • As crianças mais velhas apresentam maior número de passos por minuto;
  • As crianças mais novas apresentam maior comprimento dos passos e da passada;
  • As crianças mais novas apresentam maior amplitude no movimento;
  • As crianças mais velhas tendem a apontar mais os dedos dos pés no início da movimentação de caminhada.

Tal estudo mostrou que, apesar desses padrões serem comuns entre crianças de 6 a 12 anos de diferentes nacionalidades, no Japão existem sucintas diferenças no desenvolvimento do ato de andar marchando.

E existem diferenças entre o andar das crianças de outros países?

Em uma pesquisa realizada no México, foi possível perceber resultados similares aos encontrados no Japão. No entanto, a quantidade de passos por minuto permaneceu a mesma ou diminuiu após os 7 anos.

Na África do Sul, as crianças em idade escolar apresentaram um ângulo maduro de rotação do quadril ao andar. Diferentemente das crianças francesas, que levam até os 12 anos para desenvolver um padrão parecido, e das crianças japonesas, que não mostraram mudanças significativas à medida que envelhecem.

Estudos sobre o desenvolvimento do ato de andar humano e possíveis relações entre idade ou diferenças culturais são escassos. Por isso, existem divergências no meio científico. Algumas pesquisas também sugerem que as diferenças estão mais relacionadas à coordenação da criança e seu equilíbrio e consistência. Contudo, entender esse processo pode ser uma excelente ferramenta na reabilitação para distúrbios ou em um tratamento ortopédico.

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