Segundo o IBGE, 2022 produz safra histórica em número de produção

Estima-se que a safra brasileira de leguminosas, cereais e oleaginosas pode chegar a 261,9 milhões de toneladas neste ano. É um novo recorde.

Em 2022, estima-se que a safra brasileira de leguminosas, cereais e oleaginosas pode chegar a 261,9 milhões de toneladas, segundo os cálculos do mês de setembro feitos pelo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, que foi divulgado na última quinta-feira, 6, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Rio de Janeiro.

Leia mais: Safra de junho: quais são as frutas e verduras ideais para a época

Novo recorde histórico na produção da safra

Segundo o IBGE, o resultado dessa produção acaba por se tornar o novo recorde histórico de algo que começou a ser produzido em 1975. Esse é um crescimento de 3,4%, ou 8,7 milhões de toneladas, se comparado ao ano passado.

De acordo com o gerente de agricultura, Carlos Alfredo Guedes, o produto principal que carrega esse título é o milho. A sua segunda safra teve um aumento de 35,5% em um comparativo com 2021.

“A produção está se recuperando de problemas climáticos em 2021, como a falta de chuvas. Essa recuperação ajuda a explicar a produção em 2022. Além disso, também houve crescimento de área do milho segunda safra, incentivado pelos bons preços que os produtores têm conseguido nos últimos anos”, afirmou Guedes.

Quatro regiões tiveram uma estimativa de crescimento. Foram elas: Centro-Oeste (11,4%), Norte (11%), Sudeste (10,8%) e Nordeste (10,3%). A única que apresentou algum tipo de queda foi a Sul (14,6%).

As constantes mudanças do clima geram um impacto nos resultados finais divulgados, segundo o que foi avaliado pelo pesquisador.  “A falta de chuvas causada pelo fenômeno La Niña impactou mais a região Sul e o Mato Grosso do Sul. Já Goiás e Mato Grosso não foram afetados por problemas climáticos. Com isso, temos a região Centro-Oeste –que é bastante representativa na produção de grãos – com um crescimento de 11,4%”, explicou.

Trigo

Foi estimado para o trigo uma produção de 9,6 milhões de toneladas. Houve uma queda de 0,9% em relação ao mês de agosto mas houve também um aumento de 23% em relação a 2021. De acordo com o gerente de agricultura, a produção não é autossuficiente.

“Consumimos em torno de 12 ou 13 milhões de toneladas e, portanto, ainda teremos que importá-lo, mas bem menos do que em anos anteriores. Essa produção de 9,6 milhões de toneladas é um recorde para o Brasil. Ucrânia e Rússia são dois grandes exportadores de trigo. Com a guerra, os preços estão elevados. Os produtores, de olho nessa melhora dos preços, aumentaram as áreas aqui no país”, ele avaliou.

Café

A partir do levantamento, estimava-se que a produção brasileira de café para 2022 – incluindo as suas duas espécies, arábica e canéfora – fosse de 3,1 milhões de toneladas ou então de 52,3 milhões de sacas de 60 quilos. Com isso, revela-se uma queda de 2,7% se comparada a agosto mas também um aumento de 6,6% em relação a 2021.

“A produção do café arábica deveria ter crescido mais neste ano em decorrência da bienalidade positiva da safra. Isso não aconteceu, pois ano passado tivemos um inverno muito frio. Inclusive, com ocorrência de geadas nas regiões mais frias de cultivo desse produto. Isso fez com que o potencial de produção da safra de 2022 fosse reduzido”, disse o gerente da pesquisa, Carlos Barradas.

Soja

Esse produto é considerado o maior commodity do Brasil.

A sua produção se manteve na casa das 119,5 milhões de toneladas. Esse número representa um aumento mensal de 0,6%; no entanto, há retratação de 11,4% ao ser comparada com a que foi obtida no ano anterior, então houve uma queda de 15,6% no rendimento médio. “Embora a área colhida tenha crescido 4,9%, problemas climáticos derrubaram a produção de soja em 2022”, apontou Barradas.

Regiões

O volume na produção de cereais, leguminosas e oleaginosas, entre as grandes regiões, teve a seguinte repartição: Centro-Oeste, 129,8 milhões de toneladas (49,6%); Sul, 65,1 milhões de toneladas (24,8%); Sudeste, 27,6 milhões de toneladas (10,6%); Nordeste, 25,4 milhões de toneladas (9,7%) e Norte, 14 milhões de toneladas (5,3%).

você pode gostar também

Comentários estão fechados.