Entenda como alimentos processados podem comprometer a saúde cerebral

Alimentos ultraprocessados, como cereais e refeições congeladas, têm sido relacionados a problemas de saúde do cérebro.

Cerca de 60% das calorias consumidas na dieta média norte-americana provêm de alimentos altamente processados. Sabemos que o consumo desses produtos embalados, como cereais matinais, refeições congeladas e doces embalados, está associado a resultados indesejados para a saúde, como maior risco de diabetes, obesidade e até câncer.

Estudos recentes também revelam uma grande desvantagem desses alimentos saborosos e convenientes: eles parecem ter um impacto significativo em nossa saúde mental.

Nos últimos dez anos, estudos têm mostrado consistentemente que há uma relação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o aumento das chances de experimentar sintomas de depressão e ansiedade.

Além disso, algumas pesquisas sugerem que existe uma ligação entre o consumo desses alimentos e um maior risco de declínio cognitivo, o que é ainda mais preocupante.

Essas descobertas destacam a importância de considerarmos não apenas os efeitos físicos, mas também os impactos na saúde mental e cognitiva ao escolhermos nossa alimentação. Entenda o caso!

A relação do alimento ultraprocessado com a saúde mental

Recentes pesquisas têm fornecido evidências sobre a ligação entre alimentos altamente processados e o humor deprimido.

Um estudo realizado em 2022 com mais de 10 mil adultos nos Estados Unidos revelou que quanto mais ultraprocessados os participantes consumiam, maior era a probabilidade de eles relatarem sintomas de depressão leve ou sentimentos de ansiedade.

Dr. Hecht, autor do estudo, observou que houve um aumento significativo nos dias de saúde mental comprometida entre aqueles que obtinham 60% ou mais de suas calorias a partir dos ultraprocessados.

Embora essa evidência não prove uma relação causal direta, sugere fortemente uma associação entre o consumo desses alimentos e o impacto negativo na saúde mental.

Em 2009, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da equipe da pesquisadora Eurídice Martínez, desenvolveram uma escala de classificação de alimentos que divide os alimentos em quatro categorias: in natura e minimamente processados, processados e ultraprocessados.

Essa classificação tem sido amplamente adotada por pesquisadores de nutrição em todo o mundo.

Os alimentos in natura e minimamente processados são aqueles que estão em seu estado natural ou passaram por um processamento mínimo, como frutas, vegetais, arroz e farinha. Já os alimentos processados incluem itens como manteiga, óleos, laticínios, açúcar, alimentos enlatados e outros.

Por outro lado, os alimentos ultraprocessados são aqueles que contêm ingredientes pouco utilizados em receitas caseiras, como xarope de milho rico em frutose, óleos hidrogenados, isolados de proteína e uma série de aditivos químicos, como corantes, sabores artificiais, geralmente com pouquíssimas características naturais.

Como conter o efeito negativo?

Pesquisas recentes sugerem que uma dieta saudável pode ajudar a amenizar os efeitos negativos da ingestão de alimentos que não são naturais. Aliás, diminuir a quantidade do consumo de ultraprocessados é uma ótima evolução.

Um estudo conduzido por pesquisadores brasileiros descobriu que seguir uma dieta saudável, como a dieta MIND, que inclui alimentos como grãos integrais, vegetais de folhas verdes, legumes, nozes e outros produtos tipicamente naturais reduziu significativamente o risco de demência associado ao consumo de alimentos ultraprocessados.

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