Conheça a ceratopigmentação, técnica que permite mudança na cor dos olhos
A técnica envolve a aplicação de pigmentos na córnea e é feita por oftalmologistas especializados.
Uma influencer digital norte-americana que já gastou U$ 100 mil em cirurgias plásticas decidiu mudar a cor dos olhos com técnicas de coloração artificial.
Uma das possibilidades escolhida por ela é a ceratopigmentação, um procedimento que faz um tipo de “tatuagem” na córnea.
Tais procedimentos estéticos já são usados na oftalmologia em alguns casos clínicos, como quando o paciente tem a córnea branca.
Nesses casos, a técnica pode ser empregada para aumentar a autoestima do paciente que sofre com a opacidade nos olhos.
No entanto, a tendência de alterar a coloração dos olhos já alcançou as pessoas que não apresentam nenhum problema oftalmológico e, mesmo assim, querem passar pelo procedimento.
Assim, a influencer Mary Magdalene surpreendeu seus seguidores ao comentar sobre o desejo de alterar os olhos. Muitas pessoas desconhecem que esse procedimento existe e é realizado por muitos oftalmologistas.
“Vou colocar seios novos em fevereiro, na Europa, e estou pensando em mudar a cor dos meus olhos enquanto estiver lá. Qual é a sua cor de olhos favorita?”, ela comentou no X, antigo Twitter.
(Imagem: Kerato NYC/Reprodução)
Tatuagem na córnea: o que é a ceratopigmentação?
De acordo com um artigo de pesquisadores da Universidade de Santo Amaro e do Instituto Paulista de Ensino e Pesquisa em Oftalmologia, procedimentos de tatuagem nos olhos são realizados há mais de 2000 anos.
Acredita-se que os primeiros casos foram feitos por Galeno, um médico e filósofo da civilização antiga. A técnica era baseada na “cauterização da superfície da córnea”.
Já no século XIX, outro médico chamado Louis de Wecker desenvolveu um método com micropulsões e uma tinta chinesa. Hoje em dia, já há diferentes técnicas de ceratopigmentação, mas todas ainda têm um alto custo.
O procedimento é mais indicado em casos de “opacidade corneana em um olho cego, cujas principais causas são traumatismo ocular (50,6%), patologia da retina (15,5%), sarampo (9,5%) e causas congênitas (5,5%)”, explica o artigo mencionado.
Apesar de ser realizado há séculos, o método tem sido adotado por um novo perfil de público. Atualmente, pessoas que apenas desejam mudar a coloração dos olhos passam pelo procedimento.
Os estudos realizados com pacientes cegos apontam que a técnica é segura e contribui para o bem-estar e a autoestima das pessoas.
Mas, ainda faltam dados para determinar os impactos desse procedimento em indivíduos que enxergam, já que pode ocorrer complicações após a cirurgia, como sensibilidade à luz, conforme apontado na pesquisa citada.
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