Especialistas argumentam que híbridos entre leões e tigres não deveriam existir; entenda porquê
A existência de "tigreões" e "ligres" pode gerar um severo risco ambiental e geralmente é fruto de práticas científicas consideradas antiéticas pela maioria dos especialistas na área.
Tigres e leões, líderes entre os maiores felinos, apresentam notáveis diferenças em seus hábitos sociais e reprodutivos.
No entanto, ainda que raros, híbridos resultantes de seu cruzamento, como ligres e tigreões, existem. Contudo, defensores dos direitos dos animais questionam a pertinência dessas criações da natureza.
Entenda melhor os desdobramentos dessa problemática!
A hibridização entre diferentes espécies de animais
A hibridização entre espécies da mesma família não é inédita. O cruzamento entre uma égua e um jumento, por exemplo, gera burros e mulas.
Entretanto, na natureza, essas combinações são pouco frequentes, especialmente no caso de leões e tigres.
Os leões são predominantemente africanos, com uma pequena população na Índia, enquanto os tigres habitam o norte da Ásia. Portanto, o encontro natural entre essas espécies em seus habitats é altamente improvável.
No entanto, as intervenções humanas possibilitaram a hibridização. A maioria dos híbridos existentes foi criada por acaso ou para atrair visitantes e gerar receita em zoológicos e projetos de conservação animal.
Ligres resultam do cruzamento de leões com tigresas, enquanto tigreões nascem do cruzamento de tigres com leoas.
Esses híbridos apresentam características de ambos os pais, com ligres frequentemente superando seus progenitores em tamanho devido à ausência de genes que limitam o crescimento.
(Imagem: reprodução/internet)
Esses genes são fornecidos pelos machos nos tigres e pelas fêmeas nos leões. Embora esses animais sejam geralmente estéreis, as fêmeas ligre podem gerar outros híbridos, como liligres e tiligres, quando cruzadas com leões e tigres.
Diante desse contexto, os defensores dos direitos dos animais argumentam que essa prática de hibridização é cruel e antiética, uma vez que resulta em alterações genéticas que causam problemas de saúde.
Luke Dollar, diretor do programa “Big Cats Initiative” da National Geographic Society, destaca a ausência de justificativa para a existência de ligres e tigreões, uma vez que não há base biológica ou natural para tais criações.
Ademais, alguns grupos argumentam que esses híbridos ocupam espaços em zoológicos e santuários de conservação que poderiam ser destinados a outras espécies.
Portanto, fica claro que, de acordo com os especialistas, a disseminação de híbridos de leões e tigres deve ser evitada para que problemas ambientais não sejam estabelecidos no futuro.
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