Por que as cores do semáforo são vermelho, amarelo e verde?
A história dos semáforos é uma jornada de inovação tecnológica, e as cores não foram mero acaso.
Os semáforos, presentes em praticamente todas as cidades do mundo, são peças fundamentais para a segurança e a gestão no trânsito.
Sua história é marcada por inovações e escolhas cruciais que moldaram a evolução do dispositivo ao longo do tempo.
Neste conteúdo, vamos explorar como surgiram os semáforos e por que as cores vermelho, amarelo e verde foram escolhidas; confira a seguir!
A curiosa invenção dos semáforos
No século XIX, o advento dos automóveis trouxe uma revolução no transporte, mas também gerou um aumento significativo nos acidentes.
Interseções congestionadas por carruagens, pedestres e os novos automóveis tornavam as ruas perigosas. A necessidade de controlar esse caos levou à criação dos semáforos.
Em 1868, o engenheiro ferroviário britânico J.P. Knight instalou o primeiro semáforo manual fora do Parlamento Britânico, em Londres.
Esse dispositivo utilizava braços de semáforo durante o dia e lanternas a gás, com luzes vermelhas e verdes, à noite.
Controlado por um policial, o sistema, apesar de inovador, apresentava riscos, pois as lanternas a gás podiam explodir.
Evolução do dispositivo no trânsito
Nos Estados Unidos, a necessidade de uma solução mais segura e eficiente levou à invenção do primeiro semáforo elétrico.
Em 1912, o policial Lester Wire, de Salt Lake City, criou um sinal elétrico com luzes vermelhas e verdes. No entanto, foi em 1914, em Cleveland, que James Hoge instalou o primeiro sistema de semáforo elétrico.
Tal sistema, controlado manualmente por um policial, utilizava a eletricidade das linhas de bonde para operar as luzes suspensas sobre a interseção.
A adição da luz amarela, que indicava a transição entre o verde e o vermelho, foi introduzida pelo policial de Detroit William Potts em 1920.
Assim, o sistema de três cores ajudou a reduzir os acidentes de trânsito, proporcionando aos motoristas um aviso antes de mudar para o vermelho.
Cronologia dos semáforos
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1868: J. P. Knight instala o primeiro semáforo manual em Londres;
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1912: Lester Wire desenvolve o primeiro semáforo elétrico em Salt Lake City;
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1914: James Hoge implementa o semáforo elétrico em Cleveland, controlado manualmente;
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1920: William Potts introduz a luz amarela, criando o sistema de três cores;
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1923: Garrett Morgan patenteia um semáforo com formato em T, contribuindo para o design moderno dos semáforos;
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1928: Charles Adler Jr. desenvolve um semáforo acionado por som, pelo qual os motoristas podiam mudar a luz ao buzinar;
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1929: Adler também inventa o botão de pedestre, permitindo que pedestres ativem o sinal de cruzamento;
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1950: introdução da detecção computarizada em semáforos, com o emprego de placas de pressão para identificar a presença de veículos;
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1960: avanço nos sistemas computacionais para monitorar e ajustar automaticamente os sinais de trânsito;
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1990: implementação de cronômetros de contagem regressiva para pedestres;
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2010: veículos conectados começam a interagir com semáforos, otimizando o fluxo de tráfego;
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Futuro: os carros com conexão e o trânsito tendo o controle por IA poderiam gerar a necessidade de uma quarta cor nos semáforos: azul (sugestão de alguns especialistas).
Segundo o pesquisador e engenheiro civil Ali Hajbabaie:
“Precisamos de um novo sinal chamado fase azul, o que significa que você deve seguir o veículo à sua frente.”
Ele explica que os veículos conectados podem funcionar melhor com um sistema de sinalização para manter o tráfego em movimento.
Segundo a Washington State University, o trânsito com carros conectados poderia melhorar o tráfego em até 40%, isso considerando velocidade, tempo e até eficiência em interseções.
Semáforo teve somente duas cores em sua primeira versão: o verde e o vermelho – Imagem: Reprodução
Como as cores foram escolhidas, afinal?
As cores têm raízes profundas em códigos de sinalização marítima e ferroviária. Desde a Idade Média, o vermelho é associado à interdição e ao perigo, tornando-se uma escolha natural para indicar “Pare”.
O verde, sendo a cor complementar ao vermelho no espectro cromático, simboliza a permissão para seguir.
Já o amarelo, situado entre o vermelho e o verde, serve como um aviso de transição, alertando os motoristas para desacelerar e se preparar para cessar completamente o movimento.
Michel Pastoureau, em seu livro Dicionário das Cores do Nosso Tempo, explica que essa relação entre as cores é um antigo código social, reforçado pela valorização do espectro cromático criado por Isaac Newton no século XVII.
A partir das primeiras implementações, os semáforos passaram por várias melhorias para aumentar sua eficiência e segurança.
A integração de sensores, controle computacional e sinais sonoros tornou os semáforos mais adaptáveis e acessíveis.
Hoje, eles continuam sendo uma ferramenta de extrema importância para gerenciar o trânsito, com pesquisas contínuas que buscam formas de integrar a inteligência artificial e a conectividade veicular para otimizar mais o fluxo de tráfego e reduzir acidentes.
*Com informações de Washington State University, The Franklin Institute, Smithisonian Magazine e Superinteressante.
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