Novas diretrizes da OMS sobre alimentação de bebês geram debates
OMS divulga diretrizes atualizadas sobre alimentação infantil, com foco em recomendações para bebês de 6 meses a 2 anos.
Em outubro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentou novas diretrizes para a introdução alimentar de bebês e crianças de 6 meses a 2 anos.
O documento, além de repetir conselhos já conhecidos, traz algumas recomendações inovadoras que têm gerado debates nas redes sociais.
O guia da OMS reitera orientações de entidades de saúde, como a Academia Americana de Pediatria e o Ministério da Saúde brasileiro.
No entanto, a publicação inclui novas diretrizes que causaram discussões entre especialistas e pais ao redor do mundo.
Descubra o que mudou com as novas recomendações da OMS e o impacto que elas podem ter na alimentação de bebês e crianças pequenas.
Alimentação dos bebês é importante para prevenir doenças mesmo na fase adulta – Imagem: reprodução
Continuidade da amamentação
O guia reforça a importância da amamentação até os 2 anos ou mais, quando possível. Isso oferece proteção imunológica vital para a criança.
No Brasil, o Ministério da Saúde já incentiva essa prática há tempos, destacando benefícios tanto para a mãe quanto para o organismo do bebê.
Benefícios do leite materno para a criança
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Menos doenças na fase adulta: reduz o risco de diabetes, hipertensão, colesterol alto e obesidade na vida adulta;
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Fonte de ferro: mais rico em ferro do que o leite de vaca, assim permite absorção do nutriente pelo organismo da criança;
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Crescimento infantil: favorece o desenvolvimento cognitivo, físico e emocional do bebê;
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Nutrientes: contém todos os nutrientes necessários para o bebê até o sexto mês de vida;
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Fortalecimento do organismo: apresenta componentes imunológicos como IgA, leucócitos, citocinas, lactoferrina e lisozima;
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Rico em vitaminas: é uma fonte robusta das vitaminas A, C, D, E, K e complexo B;
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Proteção contra doenças: contém anticorpos e outras substâncias que protegem o bebê de infecções respiratórias, diarreias, infecções de ouvido e outras doenças.
Substituição da fórmula láctea
A principal novidade é a recomendação de uso de fórmulas lácteas apenas até 12 meses de vida.
A partir de então, sugere-se a introdução de leite de origem animal, devido à alimentação mais diversificada que a criança já possui.
Início da introdução alimentar
A OMS e a Sociedade Brasileira de Pediatria indicam que novas comidas sejam oferecidas apenas após os 6 meses de idade. Esse período é quando o bebê está preparado para experimentar sabores e texturas diferentes, inclusive alimentos alergênicos.
Dieta diversificada
Bebês devem consumir uma variedade de nutrientes, como:
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Alimentos de origem animal diariamente (carne, peixe ou ovos);
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Frutas e legumes todos os dias;
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Leguminosas, nozes e sementes regularmente.
Restrições a açúcar e ultraprocessados
Crianças menores de 2 anos não devem ingerir produtos ricos em açúcar ou ultraprocessados. Tal restrição visa prevenir desnutrição e problemas de saúde a longo prazo, incluindo obesidade e doenças cardiovasculares.
Consumo de sucos
A ingestão de sucos in natura é desencorajada para menores de 12 meses, devendo ser oferecida com cautela após 1 ano, sem açúcar nem adoçantes.
Suplementos vitamínicos
A necessidade de suplementos, como vitamina D e ferro, deve ser avaliada individualmente. No Brasil, algumas suplementações são recomendadas para crianças nos primeiros anos de vida, mas isso deve ser feito junto à avaliação de um pediatra.
Alimentação autônoma
Respeitar os sinais de fome e saciedade do bebê e permitir que ele explore alimentos por conta própria pode contribuir para um crescimento saudável e prevenir problemas de alimentação no futuro.
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