Novo recurso do Apple Watch ajuda a identificar apneia do sono

Apple Watch lança app que detecta apneia do sono, ajudando na triagem de distúrbios respiratórios.

A Apple lançou recentemente um recurso inovador para o Apple Watch: um aplicativo que detecta apneia do sono, permitindo que os usuários identifiquem potenciais distúrbios respiratórios enquanto dormem.

A novidade representa um avanço no monitoramento da saúde e funciona como uma ferramenta de triagem inicial, ajudando a identificar casos que podem exigir uma avaliação médica.

A apneia do sono é uma condição perigosa e frequentemente subdiagnosticada, que afeta milhões de pessoas e pode ter consequências graves para o sistema cardiovascular, além de impactar o bem-estar geral e a qualidade do sono.

O que é apneia do sono?

Apneia do sono é um distúrbio em que a respiração de uma pessoa é interrompida repetidamente enquanto dorme.

Esse problema ocorre quando os músculos da garganta relaxam excessivamente e bloqueiam as vias aéreas, o que reduz ou interrompe a entrada de oxigênio nos pulmões.

Essas pausas respiratórias levam a microdespertares ao longo da noite, prejudicando a qualidade do sono e, em longo prazo, podem gerar condições graves, como hipertensão, problemas cardíacos, AVC e até mesmo demência.

O aumento da popularidade dos dispositivos de monitoramento do sono, como o Apple Watch, trouxe à tona um fenômeno chamado ortossônia.

Esse termo se refere ao comportamento obsessivo em busca de um sono perfeito, o que pode causar ansiedade e até piorar a qualidade do sono.

Assim, especialistas recomendam que o recurso seja utilizado com cautela, para que as informações coletadas sirvam apenas como um sinal de alerta inicial.

Novo recurso do Apple Watch

O aplicativo de detecção de apneia está disponível para os modelos Apple Watch Series 10 e versões anteriores que receberam a última atualização do sistema.

Para usuários desses dispositivos, a nova funcionalidade pode ser acessada sem a necessidade de aplicativos de terceiros, facilitando o monitoramento do sono diretamente pelo relógio.

Para ativar o recurso de detecção de apneia, o usuário precisa optar por ele nas configurações de sono do Apple Watch.

O aplicativo usa o acelerômetro do relógio, que é sensível o suficiente para detectar pequenos movimentos do pulso causados pela respiração.

Ele mede as interrupções na respiração ao longo de várias noites (um ciclo de 30 dias) e, caso o número de pausas exceda um certo limite, envia uma notificação ao usuário indicando a possível presença de apneia.

Segundo testes da Apple, o recurso mostrou-se eficaz em detectar apneia do sono em 66% dos casos gerais, mas com variações conforme a gravidade.

A precisão para casos severos foi de 89%, enquanto para apneias moderadas, a taxa de detecção foi menor, em torno de 43%.

Esse diferencial demonstra que o recurso é uma boa triagem inicial, especialmente para apneias mais graves, mas pode não captar quadros mais leves.

O desenvolvimento da função contou com testes em 1.500 participantes que usaram o Apple Watch por pelo menos 30 noites.

Além disso, os participantes realizaram um estudo de sono em casa para obter o índice de apneia-hipopneia (AHI), permitindo a comparação entre os dados do relógio e os exames clínicos.

Embora os resultados tenham mostrado eficácia, o recurso ainda não passou por revisão independente ou publicação em revistas científicas.

No entanto, a FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA) aprovou o marketing do aplicativo de apneia, conferindo maior credibilidade ao produto.

Diferenças entre os dados do Apple Watch e exames médicos

Diferentemente de exames clínicos completos, o Apple Watch mede o sono usando movimentos do pulso e não inclui a medição de oxigênio no sangue (devido a uma disputa de patente), o que ajudaria na precisão para casos mais leves e moderados de apneia.

Em contrapartida, exames médicos tradicionais registram não só os movimentos, como também a saturação de oxigênio, a pressão nasal e a frequência respiratória, o que fornece uma visão mais completa do sono.

Por isso, a detecção pelo relógio é indicada como triagem inicial, com necessidade de confirmação clínica para diagnóstico definitivo.

Como a apneia do sono é tratada?

O tratamento da apneia depende da gravidade e das condições individuais de cada paciente. Para casos graves, o CPAP (Continuous Positive Airway Pressure) é a primeira escolha, mantendo as vias aéreas abertas durante a noite.

Outras opções incluem mudanças no estilo de vida, como perda de peso, prática de exercícios e melhora na higiene do sono.

Em alguns casos, tratamentos cirúrgicos são indicados para pessoas com anomalias anatômicas que bloqueiam as vias aéreas.

*Com informações de CNN Internacional.

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