Venda ilegal de zolpidem: entenda os riscos do uso dessa medicação

Entenda o que é o Zolpidem, seus riscos, cuidados e o caso recente de venda ilegal.

O zolpidem, um medicamento hipnótico amplamente utilizado para o tratamento de insônia, tornou-se foco de preocupação após a descoberta de um esquema ilegal de venda no Distrito Federal.

Funcionários de uma farmácia foram presos por comercializar o medicamento sem a devida prescrição médica, alertando para o uso irregular desse tipo de remédio controlado.

A situação chama a atenção para os riscos do zolpidem, que, embora eficaz no combate a distúrbios do sono, possui efeitos colaterais perigosos e potencial de causar dependência quando utilizado sem orientação.

Além de exigir receita específica (receita azul), a venda de zolpidem é estritamente regulada devido aos seus riscos à saúde, principalmente quando ingerido de forma abusiva ou sem acompanhamento médico.

Este medicamento faz parte dos ‘hipnóticos’, conhecidos por agirem diretamente no sistema nervoso central para induzir o sono, e deve ser prescrito para uso de curto prazo.

No entanto, o uso inadequado pode desencadear problemas como perda de memória, sonambulismo e dependência.

O que é o zolpidem e para que serve?

O zolpidem, ou hemitartarato de zolpidem, é um hipnótico destinado a pessoas com dificuldades para dormir.

Sua ação ocorre no sistema nervoso central, estimulando o receptor GABA, que ajuda a induzir o sono em até 30 minutos após a ingestão.

Ele é vendido sob diferentes nomes comerciais, como Patz, Turno, Zolfest e Zolpaz, e também na versão genérica.

O medicamento ajuda a encurtar o tempo de adormecimento e diminuir os despertares noturnos. Contudo, seu uso é recomendado apenas em casos específicos e sempre sob supervisão médica.

Em situações de insônia crônica, a origem do problema deve ser investigada, já que o zolpidem é considerado um tratamento temporário e deve ser usado por períodos curtos, de no máximo 4 a 8 semanas.

Perigos e efeitos colaterais

Medicamentos como o zolpidem trazem riscos significativos quando usados incorretamente. Entre os efeitos adversos estão tontura, dor de cabeça, sonolência prolongada, além de amnésia anterógrada – uma perda temporária de memória para fatos ocorridos logo após o consumo.

Em alguns casos, também podem ocorrer alucinações e sonambulismo, levando o paciente a realizar atividades complexas, como dirigir ou se alimentar, sem estar consciente.

O uso prolongado ou em doses superiores às prescritas aumenta os riscos de dependência, caracterizada pela necessidade crescente de consumo e pela incapacidade de dormir sem o medicamento.

Outra prática perigosa é associar o zolpidem ao álcool ou a outras substâncias sedativas, que podem provocar quadros de depressão respiratória, confusão mental e até óbito.

Medicamentos hipnóticos, como o zolpidem, exigem controle rigoroso e, por isso, são vendidos sob tarja vermelha ou preta, significando que têm ação psicotrópica e seu uso é restrito. A Anvisa exige prescrição médica em duas vias (receita azul) e acompanhamento periódico.

O zolpidem, que já estava na lista de substâncias da categoria B1 (tarja preta), agora precisa de uma notificação específica, especialmente devido ao aumento de casos de uso indevido.

Esse controle é essencial para evitar o abuso de medicamentos, que podem gerar efeitos colaterais severos e até dependência.

No Brasil, o uso de receitas específicas tem a função de minimizar o consumo irresponsável e evitar a venda sem o devido monitoramento profissional.

Insônia: quais as alternativas?

A insônia é um problema complexo e comumente relacionada a fatores emocionais, como estresse e ansiedade, além de condições médicas específicas.

Embora o zolpidem seja eficaz para casos agudos de insônia, muitos especialistas recomendam abordagens não farmacológicas para tratar o problema.

A higiene do sono é uma estratégia que pode ser eficaz para melhorar a qualidade do sono sem a necessidade de medicamentos. Ela inclui práticas como:

  • Estabelecer uma rotina regular de sono: dormir e acordar sempre nos mesmos horários;
  • Evitar estimulantes à noite: reduzir o consumo de cafeína e alimentos estimulantes antes de dormir;
  • Ambiente adequado: manter o quarto escuro, silencioso e confortável;
  • Evitar dispositivos eletrônicos: longe de telas pelo menos uma hora antes de deitar;
  • Atividades relaxantes: como leitura ou técnicas de respiração para relaxar o corpo.

Essas medidas podem aliviar significativamente os sintomas da insônia e ajudar a regular o ciclo de sono. Para casos persistentes, terapias como a terapia cognitivo-comportamental para insônia (TCC-I) também são recomendadas antes de iniciar um tratamento medicamentoso.

O caso de venda ilegal de zolpidem no Distrito Federal reforça a necessidade de controle sobre o uso de medicamentos hipnóticos e a importância de seu consumo responsável.

O zolpidem é um medicamento eficaz, mas seu uso incorreto pode trazer consequências graves, incluindo dependência, amnésia e sonambulismo.

*Com informações de Correio Braziliense e Veja Saúde.

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