Quem tem ensino superior ganha mais no Brasil, indica pesquisa

A diferença salarial entre graduados e não graduados é de 126% no Brasil, apesar da queda ao longo dos anos.

No Brasil, a diferença salarial entre trabalhadores com ensino superior e aqueles com menor nível de escolaridade permanece significativa, embora tenha apresentado uma redução ao longo dos anos.

De acordo com um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), no segundo trimestre de 2024, trabalhadores que concluíram o ensino superior ganhavam, em média, 126% a mais.

A pesquisadora Janaína Feijó, do Ibre/FGV, explica que, mesmo com a queda de 26 pontos percentuais em relação a 2012, quando a diferença atingia 152%, possuir um diploma universitário continua sendo uma estratégia eficaz para obter uma renda maior.

O estudo ressalta, ainda, que a crescente informalidade no mercado de trabalho é um fator que contribui para a redução dessa média salarial.

Imagem: reprodução

Razões para a redução da diferença salarial

Entre 2012 e 2024, a porcentagem de trabalhadores que estudaram por pelo menos 16 anos subiu de 13,1% para 22%. O aumento no número de profissionais qualificados influenciou a oferta de empregos e, por consequência, o diferencial salarial.

A informalidade no mercado de trabalho também teve um papel crucial na diminuição dos salários médios. Trabalhadores qualificados, muitas vezes, aceitam empregos informais com salários inferiores aos correspondentes a suas profissões.

Importância da educação para a economia

O crescimento na composição educacional reflete diretamente no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.

Dados do Censo de Educação Superior 2023 mostram que quase 10 milhões de estudantes estão matriculados em cursos superiores, o que, segundo Feijó, é essencial para o crescimento econômico do país.

Com um aumento anual de 2,2% entre 1995 e 2023, o Índice de Capital Humano destaca como a experiência e a educação dos profissionais elevam a produtividade no mercado de trabalho.

Inteligência artificial e o futuro do trabalho

A pesquisa aponta que 80% dos empregados com diploma estão em funções expostas à inteligência artificial (IA). Para metade desse grupo, a tecnologia terá um papel complementar em suas atividades. Já entre aqueles com ensino médio, apenas 20% devem se beneficiar das inovações tecnológicas.

Por fim, Janaina Feijó enfatiza a importância da adaptação e capacitação dos trabalhadores para se manterem relevantes no mercado, considerando que o avanço tecnológico continuará a transformar a natureza das ocupações.

* Com informações de CNN Brasil.

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