Aumento de escorpiões no Brasil gera alerta à saúde pública

Temperatura elevada e urbanização impulsionam a proliferação de escorpiões no Brasil.

Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado um aumento preocupante na população de escorpiões, especialmente na espécie conhecida como escorpião amarelo.

Com características peculiares e uma reprodução assexuada, tais aracnídeos tornaram-se uma grande ameaça à saúde pública.

A combinação de fatores como o aquecimento global e a expansão urbana acelerada oferece condições ideais para a proliferação desses animais venenosos.

Autoridades de saúde estão em alerta, pois os escorpiões agora são responsáveis por mais mortes do que as cobras no país.

O Instituto Butantan, em São Paulo, desempenha um papel crucial ao produzir o antídoto necessário para tratar picadas, salvando inúmeras vidas. A demanda pelo soro tem sido constante, evidenciando a gravidade da situação.

Instituto Butantan cria soro para combater veneno do animal – Imagem: reprodução

Proliferação impulsionada pelo clima e urbanização

O aumento das temperaturas é um dos principais responsáveis pela maior atividade dos escorpiões no Brasil.

O calor acelera o metabolismo desses seres, fazendo com que se alimentem e se reproduzam mais. Além disso, a urbanização desordenada proporciona um ambiente propício para esses animais.

As cidades em expansão oferecem abrigo e alimento abundante para eles. O desaparecimento de predadores naturais, como lagartos e aves, aliado ao aumento da oferta de alimentos, como baratas, contribui para a disseminação dos escorpiões nas áreas urbanas.

Impactos na saúde pública

O número de acidentes com escorpiões tem aumentado significativamente. Em 2023, mais de 200 mil picadas foram reportadas, representando uma média de quase 550 casos diários.

Embora adultos possam apresentar apenas dor, crianças e idosos enfrentam riscos maiores de complicações graves.

Os sintomas variam de dor intensa a tremores, podendo evoluir para choque, acúmulo de líquido nos pulmões e falência cardíaca. Em casos extremos, sem tratamento adequado, a situação pode ser fatal.

Antídoto: uma ferramenta vital

O Instituto Butantan desempenha um papel crucial na produção do soro antiescorpiônico. O veneno é extraído de escorpiões vivos e injetado em cavalos, que produzem anticorpos; em seguida, estes são purificados para a fabricação do soro.

No ano de 2023, mais de 11 mil indivíduos receberam tratamento com o antídoto, a maioria no estado de São Paulo. A continuidade da produção do soro é vital para garantir a segurança da população.

Com a crescente demanda por antídotos, o Instituto Butantan mantém a vigilância para evitar uma possível escassez.

A interrupção no suprimento de soro poderia resultar em um aumento significativo no número de mortes causadas por picadas de escorpiões.

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