Processado por 48 estados, Facebook pode vender WhatsApp e Instagram
Coalizão norte-americana alega monopólio e práticas anticompetitivas por parte da empresa de Zuckerberg.
Uma coligação formada por 48 estados norte-americanos chamada de Federal Trade Comission (FTC) está processando o Facebook com alegações de práticas anticompetitivas. Além disso, há ainda outro processo em paralelo contra o monopólio da empresa de Mark Zuckerberg.
Em suma, as ações dizem respeito às aquisições realizadas pelo Facebook nos últimos anos. A começar pelo WhatsApp, comprado em 2014 por US$ 19 bilhões, e o Instagram, adquirido em 2012 pela bagatela de R$ 1 bilhão.
Condições anticompetitivas
Inicialmente divulgados em novembro, os processos por parte da FTC buscam o desmembramento das duas redes sociais. A coalizão também deve emitir em breve um mandado de segurança contra a empresa. Segundo eles, o Facebook impõe “condições anticompetitivas” para desenvolvedores terceiros.
Se isso de fato acontecer, o Facebook pode ter que se desfazer das duas empresas. No processo, a comissão relata que a empresa de Zuckerberg “passou a jogar na defesa por meios anticompetitivos”, sobretudo depois de ter derrubado um dos seus maiores competidores na época, o MySpace.
A partir daí, “depois de identificar duas ameaças competitivas significativas à sua posição dominante – Instagram e WhatsApp –, o Facebook passou a reprimir essas ameaças comprando as empresas”, declarou a agência.
Além disso, a FTC apresentou ainda um e-mail de Zuckerberg do ano de 2008, onde ele afirma que é melhor comprar uma empresa do que competir com ela.
Críticas ao Facebook
Atualmente, o Facebook possui mais de 2,7 bilhões de usuários ativos na própria plataforma, que reúne as redes Messenger, WhatsApp e Instagram. Dados do terceiro trimestre de 2020 mostram que a empresa contava com 56 mil funcionários e uma receita de US$ 21,47 bilhões no período.
Segundo Letitia James, procuradora-geral de Nova York, “nenhuma empresa deveria ter tanto poder, sem controle, sobre nossas informações pessoais e nossas interações sociais.” De acordo com ela, as atitudes de “sufocar a concorrência, prejudicar as pequenas empresas, reduzir a inovação e a criatividade, cortar as proteções de privacidade” terão reposta por parte dos escritórios.
Nos últimos anos, o Facebook tem recebido mais atenção após a revelação do escândalo ligado à Cambridge Analytica. Na época, a empresa utilizou dados de usuários para influenciar as eleições presidenciais dos Estados Unidos no ano de 2016.
Após acordo com a FTC, firmado no ano passado, o Facebook pagou uma multa de US$ 5 bilhões. O valor, contudo, ficou bem abaixo da receita registrada pela empresa em 2019, contabilizada em US$ 70,7 bilhões.
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