Enfrentando a verdade: a aposentadoria e a arte desafiadora do não fazer nada

Às vezes, não fazer nada é o mais difícil, isso torna o período de adaptação, a aposentadoria, um momento extremamente delicado.

A percepção que a população, sobretudo a mais jovem, tem sobre a aposentadoria é enganosa. A verdadeira realidade da aposentadoria é um período de brusca transição, estando comumente associado a crises existenciais e um longo processo de autodescoberta, em que momentos são reavaliados e novas decisões tomadas, em uma fase da vida em que achamos que todas as decisões difíceis já teriam acabado.

Encarando a verdadeira realidade da aposentadoria

Confira agora os principais desafios encontrados e relatados por aposentados, como Jeanne Thompson, um exemplo de arrependimento após uma aposentadoria precoce.

A aposentadoria não é apenas um exercício financeiro

O planejamento da aposentadoria não se limita apenas a questões financeiras, como é comumente pensado. Embora seja uma parte essencial, essa transição também requer um grande planejamento psicológico.

Já que se trata de uma ruptura, a cargos e empregos desempenhados durante toda uma vida, e que estão fortemente associados à identidade própria, o inicialmente “merecido descanso” pode rapidamente se tornar um motivo de fadiga e desgaste.

No caso da empresária Jeanne Thompson, após 25 anos de trabalho, ela se viu isolada das pessoas de sua típica rotina e perdida sobre como lidar com tanto tempo livre.

A aposentadoria como um crescente problema psicossocial

Tal realidade disruptiva é emocionalmente estressante e deve ser encarada com seriedade. Atualmente, vivenciamos uma crescente expansão da população idosa, um resultado direto da redução da natalidade associado à expansão da expectativa de vida.

A média brasileira em 2022 de 77 anos, de acordo com o IBGE torna a aposentadoria uma das fases mais longas de nossas vidas.

A aposentadoria como uma oportunidade para se reinventar

Assim, como se trata do fim de um longo período, a aposentadoria também revela-se sob outra perspectiva, como uma nova fase da vida. Trata-se de uma grande oportunidade de se reinventar, buscar descobrir ou redescobrir novos hobbies, paixões e relacionamentos, uma parte essencial da adaptação à aposentadoria.

Entre os caminhos mais adotados, observa-se uma crescente tendência de retorno ao mercado de trabalho, seja na mesma área ou em outra completamente inexplorada. O que, embora possa parecer inesperado, é condizente, já que o ambiente laboral constitui-se um lugar dinâmico e com grandes oportunidades para se desafiar.

Para Jeanne, o trabalho era mais do que uma fonte de renda, ela amava o que fazia, e a aposentadoria precoce foi um grande impacto. Por isso, sua decisão de retomar o trabalho, dessa vez prestando consultorias e realizando treinamentos para mulheres, foi determinante para que ela finalmente se sentisse confortável e feliz com seu status de aposentada.

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