África Oriental
O berço dos humanos modernos é lar de maravilhas naturais, conflitos étnicos e diversas culturas.
A África Oriental é a região mais à leste do continente africano, banhado pelo Oceano Índico, e inclui geralmente Comores, Djibuti, Eritreia, Etiópia, Quénia, Seychelles, Moçambique, Somália, Tanzânia, Burundi, Ruanda, Uganda e Madagascar.
A região inclui a península chamada de “Chifre da África” (Djibuti, Eritreia, Etiópia e Somália) de especial importância histórica porque, segundo evidências genéticas e de fósseis, pode ter sido de onde se dispersaram os humanos modernos.
Cultura e povos
Existem muitos grupos étnicos diferentes na África Oriental.
Oromo
O povo Oromo tem aproximadamente 40 milhões de integrantes e compõe 34% da população etíope, além de serem encontrados também no Sudão e no Quênia. A língua desse povo é o Oromo, que integra a família das línguas afro asiáticas. Atualmente, 60% deles seguem o Islã.
Historicamente, os Oromo governavam a si mesmos por meio de um sistema democrático chamado Gadaa (que significa “era”), que elegia homens de diversas classes (“miseensa”) para papéis judiciais, políticos, rituais e religiosos. Esses líderes tinham um mandato de oito anos, quando ocorria a próxima eleição.
Hutu
Habitando Ruanda, Burundi, República Democrática do Congo e Uganda, o povo Hutu tem cerca de 18 milhões de integrantes e 84% dos ruandeses e 85% dos burundianos são hutus.
Esse grupo fala a língua Ruanda-Urundi, que faz parte do grupo idiomático Bantu. A história desse povo é marcada por conflitos com o grupo étnico do povo Tutsi.
Com a ocupação belga dos territórios de Burundi e Ruanda durante o período neocolonial, monarquias artificiais foram instauradas e garantidas pelo poderio europeu. Quando os belgas se retiraram (1959), entretanto, houve uma transferência de poder e inversão social em um momento conturbado.
Em Ruanda, isso levou à violência da maioria hutu contra a minoria tutsis. Dezenas de milhares de tutsis foram mortos e muitos outros fugiram para países vizinhos.
Mais tarde, os tutsis exilados do Burundi invadiram Ruanda, levando Ruanda a fechar sua fronteira com o Burundi. No Burundi, uma campanha de genocídio foi conduzida contra a população hutu em 1972 e cerca de 100.000 Hutus morreram.
Somali
O povo somali tem entre 28 e 30 milhões de representantes e dão o nome ao país Somália. Sua língua é o somali. Quase todos os representantes seguem o islã. Devido ao episódio da Diáspora Somali, a cultura e os costumes desse povo foram difundidas por todo o mundo.
O fenômeno da fuga de cerca de um milhão de cidadãos da Somália ocorreu devido a guerra civil no país (1969). Os principais destinos foram Quênia, Yemen e Etiópia, mas o número de descendentes somalis nos Estados Unidos, Reino Unido, Suécia, Emirados Árabes e outros países é muito expressivo.
Economia
A África Oriental foi um importante ponto para exploração, exploração e colonização européias no século XIX. Hoje, o turismo é uma parte importante das economias do Quênia, Tanzânia, Seychelles e Uganda.
O país com o maior PIB da região é a Etiópia, sendo o café, ouro, produtos de couro, sementes oleaginosas e flores ornamentais seus principais produtos de exportação. A posição geográfica do Chifre da África também faz com que aquela seja uma região de intenso tráfego.
Geografia
Formado pelo choque de placas tectônicas que criaram o Rift da África Oriental, o Monte Kilimanjaro o Monte Quênia, são os dois picos mais altos da África. A região também inclui o segundo maior lago de água doce do mundo, o Lago Vitória, e o segundo lago mais profundo do mundo, o Lago Tanganica.
Por conta de uma combinação da altitude, relevo e eventos globais como o El Niño, a África Oriental é anormalmente seca para uma região tropical.
Na costa da Somália, muitos anos podem passar sem qualquer chuva. A densidade pluviométrica na Etiópia e Eritréia é um dos fatores que produz secas ou inundações no Nilo.
História
Durante o período das Grandes Navegações, os portugueses tiveram postos de parada na região do atual Quênia, Tanzânia e Moçambique, que utilizavam para chegar à Índia. A rota de Vasco da Gama (que visitou Mombasa em 1498) foi utilizada por séculos e deixou uma influência na região que persiste até hoje.
Vale destacar que durante a dominação colonial européia a Etiópia foi o único país que conseguiu resistir com sucesso, permanecendo um território independente apesar das investidas italianas.
Os comentários estão fechados, mas trackbacks E pingbacks estão abertos.