Além do asfalto: o impacto das rodovias interestaduais no crescimento dos EUA

Descubra como as rodovias interestaduais dos EUA transformaram o país, da visão histórica de Eisenhower ao seu impacto econômico e cultural.

As rodovias interestaduais dos Estados Unidos representam mais do que apenas pavimento: elas são das maiores responsáveis pelo crescimento da economia americana. Desde o início do século XX, quando os Estados Unidos contavam com estradas rudimentares, até a monumental expedição do exército de 1919, da qual Dwight D. Eisenhower participou, a necessidade de uma rede de rodovias eficiente tornou-se evidente.

Essa expedição, que atravessou o país, enfrentou inúmeros desafios devido à precariedade das vias, marcando profundamente Eisenhower.De outro lado, o impacto da Segunda Guerra Mundial e a eficiência das Autobahns alemãs reforçaram em Eisenhower a convicção da necessidade de uma infraestrutura semelhante nos EUA.

Em 1956, como presidente, ele promulgou o Federal Aid Highway Act, dando início ao maior projeto de obras públicas da história americana: a construção das rodovias interestaduais. Com uma previsão inicial de 10 anos para sua conclusão e um orçamento inicial estimado em 25 bilhões de dólares, o projeto visava conectar todas as cidades americanas com mais de 50 mil habitantes por meio de 41 mil milhas de estradas pavimentadas (quase 66 mil km). Hoje este número de quilômetros construídos já ultrapassa os 80mil (equivale a 3 vezes o tamanho da Grande Muralha da China).

Imagem: Reprodução

Os desafios para tornar esse sonho uma realidade foram imensos. Desde questões topográficas até a necessidade de um financiamento robusto, o projeto demandou soluções inovadoras em engenharia e uma quantidade substancial de recursos, afinal um dos pontos do projeto era que cada rodovia deveria ter no mínimo 4 pistas (2 em cada sentido), já prevendo que o movimento delas seria cada vez maior e a necessidade de expansão no futuro também deveria ser considerada.

Tal expansão é vista no dias atuais, como em Houston (Texas), onde a Interstate 10 passou por uma remodelação e ampliação no trecho entre Katy e Houston. A obra foi orçada inicialmente em 2.8 bilhões de dólares e se fazia necessária para atender a demanda de veículos que já era 10 vezes maior do que quando foi inaugurada nos anos 1960.

O impacto econômico das rodovias interestaduais foi transformador. Estudos indicam que as cidades situadas ao longo das rodovias interestaduais experimentaram um crescimento econômico significativo, com alguns lugares vendo um aumento de mais de 100% em suas economias locais.

Esse crescimento não se limitou apenas ao aspecto econômico; houve também um impacto profundo no desenvolvimento urbano, na cultura de viagens e no estilo de vida americano, fomentando a expansão dos subúrbios e transformando a paisagem americana.

Os dados impressionantes sobre as rodovias interestaduais:

Locais de maior movimento (média feita por dia em um ano):

  • Interstate 5 – Los Angeles- Long Beach – Santa Ana (Califórnia) – 504 mil carros por dia;
  • Interstate 75 – Atlanta (Geórgia): 419,516 carros por dia;
  • Interstate 5 – Mission Viejo (Califórnia): 415,000 carros por dia.

Tempo de execução e custos:

  • Obras iniciado em 1956 e oficialmente completadas em 1992 com a abertura da Interstate 70 através do Glenwood Canyon em Colorado;
  • 35 anos aproximadamente para serem executadas as obras;
  • Custo de mais de 535 bilhões de dólares (ajustados pela inflação).

Alguns dos maiores desafios de engenharia enfrentados:

  • Eisenhower Tunnel, Colorado: Um dos túneis mais altos do mundo, nomeado em homenagem a Dwight Eisenhower, faz parte da Interstate 70, que atravessa as montanhas rochosas.
  • Glenwood Canyon, Colorado: Uma extensão de 12 milhas da I-70 que apresenta 40 pontes, três túneis gigantes e completada ao custo de $490 milhões e levando 12 anos para ser concluída.

Imagem: Reprodução

* Com informações de History Channel e Coast Pay

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