Alfabetização é afetada e evolui lentamente na realidade pós-pandemia
Segundo os responsáveis, 10% dos estudantes de alfabetização estão em nível muito abaixo do esperado em leitura e escrita e 11% está em nível inadequado.
A alfabetização é o processo de aprendizagem que permite uma pessoa adquirir habilidades básicas de leitura, escrita e interpretação de textos. Essas habilidades são fundamentais para a participação plena na sociedade e para o desenvolvimento pessoal e profissional.
No entanto, de acordo com a pesquisa Educação na Perspectiva dos Estudantes e suas Famílias, encomendada ao Datafolha pela Fundação Lemann, Itaú Social e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com apoio da Rede Conhecimento Social, quatro em cada dez pais ou responsáveis consideram que o avanço na alfabetização após a pandemia evoluiu de forma mais lenta do que se esperava.
Crianças e jovens em idade escolar estão avançando com dificuldades
Segundo os responsáveis, 10% dos estudantes de alfabetização estão em nível muito abaixo do esperado em leitura e escrita e 11% está em nível inadequado. Essa pesquisa foi feita em dezembro de 2022 e ouviu 1.323 responsáveis por 1.863 estudantes matriculados em escolas públicas, entre 6 e 18 anos.
O objetivo era avaliar o primeiro ano de retorno presencial às aulas após a pandemia de covid-19.
Outros dados foram apurados pela pesquisa e ela ainda revelou que oito em cada dez entrevistados (78%) consideram que a educação deve ser a prioridade dos novos governos, seguida pela saúde (66%) e pela segurança pública (21%).
Assim, para que a educação seja priorizada, os entrevistados sugeriram que os novos governos devem proporcionar maior oferta de formação de professores, ampliar o uso de tecnologias nas escolas e promover programas de reforço e de recuperação a estudantes.
Grande desigualdade regional
Nessa pesquisa foi identificado que estudantes da Região Norte necessitam do uso de tecnologias bem maior (28%) do que entre os estudantes das regiões Sul e Sudeste do país (18%).
Além disso, as entrevistas revelaram que há desigualdades de renda: nas escolas de menor nível socioeconômico, o número de estudantes com problemas no processo de alfabetização chega a 50%, sendo que 14% deles não estariam avançando no processo e 36% estão avançando, porém, com dificuldades.
“A retomada das aulas presenciais nas redes de ensino foi um marco na vida de crianças e jovens em idade escolar, após o período mais crítico da pandemia. Agora é preciso ter um olhar atento e propor ações ágeis e eficientes para mitigar o alto índice de evasão escolar, a defasagem na aprendizagem e os desafios relacionados à saúde mental que atingem nossos estudantes. Importa ainda que isso seja feito em todo o território nacional, com ações estruturadas de forma conjunta, garantindo a equidade e qualidade, requisitos básicos para a efetivação do direito à educação”, disse Patricia Mota Guedes, superintendente do Itaú Social, por meio de nota.
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