Alimentação está pesando no bolso: famílias mais pobres gastam 22% da renda com comida

Inflação dos alimentos agrava orçamento familiar no Brasil, impactando principalmente as famílias de baixa renda.

O aumento dos preços dos alimentos tem sido uma preocupação crescente para os brasileiros, com consequências significativas para o orçamento familiar. Nos últimos anos, diversos fatores, como mudanças climáticas, pandemia e tensões internacionais, contribuíram para essa escalada de preços.

Um estudo exclusivo do economista André Braz, da Fundação Getulio Vargas (FGV), revela que as famílias de renda mais baixa estão particularmente vulneráveis.

Em 2025, os gastos com alimentação comprometeram 22,61% da renda desses lares, um aumento considerável em relação aos 18,44% registrados em 2018.

Impacto econômico e social do preço dos alimentos

Embora o salário mínimo tenha sido reajustado acima da inflação em 2025, a pressão inflacionária sobre os alimentos se manteve. Isso fez com que a alimentação se tornasse um dos principais itens no orçamento das famílias, superando os gastos com habitação e transporte.

Desde 2020, a inflação dos alimentos foi de 55,87%, superando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE, que ficou em 33,46%. Esse cenário dificulta a capacidade das famílias de manter o padrão de consumo, levando à substituição de itens básicos por alternativas mais baratas.

Consequências climáticas

Fenômenos como El Niño e La Niña contribuíram para a alta dos preços, afetando a oferta de produtos como carne e café. O café, por exemplo, teve um aumento de 50,35% em janeiro de 2025. As secas e enchentes tornaram-se mais frequentes, complicando o controle da inflação.

Desafios para o governo e soluções

A inflação dos alimentos continua a ser um desafio para o governo, impactando a popularidade de lideranças políticas. O presidente Lula, por exemplo, promete medidas para conter a alta dos preços, mas enfrenta limitações devido à natureza essencial dos alimentos.

Para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, a Embrapa, em parceria com a Unicamp, está desenvolvendo sementes de milho tolerantes à seca. Contudo, a rápida evolução climática e o surgimento de novas pragas dificultam as previsões e respostas adequadas.

Em meio a essas dificuldades, a população segue enfrentando desafios diários para equilibrar suas finanças, enquanto busca alternativas para contornar a alta dos preços nos supermercados. A efetividade das medidas governamentais e soluções tecnológicas será crucial para aliviar a pressão.

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