Ambiente corporativo: problemas a serem enfrentados
Existem alguns problemas nos setores corporativos que precisam ser levados em consideração para a plena harmonia da dinâmica entre empregador e empregado. Confira aqui!
Sem sombra de dúvidas, a partir da primeira Revolução Industrial, entre os anos 1760 e 1860, a compreensão da humanidade acerca do trabalho e da venda da mão de obra transfigurou-se para outro patamar. Hoje em dia, todos sabem que, para ter uma vida minimamente digna, é necessário desempenhar uma função social importantíssima para o mundo governado pelo capitalismo: trabalhar. No entanto, devido à crise em que o mundo se encontra depois do início da pandemia, tornou-se difícil encontrar emprego, e também mantê-lo.
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Nesse sentido, o autor Luciano Santos lançou um livro intitulado “Seja egoísta com sua carreira: Descubra como colocar você em primeiro lugar em sua jornada profissional e alcance seus objetivos pessoais”, que foi publicado recentemente pela Editora Gente.
No livro, o autor aborda os hábitos mais corriqueiros que costumam dificultar a carreira de qualquer um, sendo estes: mentir, brigar com a realidade, não saber dar feedback, fechar portas, se importar com o ranço dos outros, trair a confiança, não considerar outras perspectivas, comparar-se, ter medo de ser julgado e, por fim, não tomar decisões.
O autor destaca também que “o ambiente de trabalho é um lugar de sofrimento para muitas pessoas. Um dos motivos pelos quais elas não sabem se comportar é o fato de que nunca foram educadas para isso”. Nessa perspectiva, Santos defende a tese de que a implementação de um ensino voltado ao comportamento no ambiente de trabalho deve ser implementado concomitante aos estágios nas universidades.
Segundo o autor, existem diversos motivos para as pessoas não conseguirem lidar com feedback — apontado por ele como o principal comportamento a prejudicar a carreira dos iniciantes. Além disso, ele diz que parte desses problemas são oriundos de pensamentos errôneos que muitas pessoas materializam, como a ideia de um trabalho perfeito. Dessa forma, Santos aborda essa ideia como um mito, visto que “qualquer local de trabalho vai estar rodeado de múltiplas dimensões, e elas não vão funcionar do jeito que queremos que funcionem”.
Saúde mental e trabalho
Para a psicóloga Ana Carolina Peuker, esses problemas podem ser agravados devido à falta de saúde mental dos trabalhadores. Segundo ela, “quando pensamos em carreira, as pessoas acabam investindo muito nelas sob o ponto de vista técnico e não desenvolvem habilidades comportamentais, como a forma que vão interagir com o grupo, como vão se comunicar ou serem mais empáticas”. Ressalta também que as questões emocionais estão ligadas intrinsecamente ao ato de conseguir-se um emprego, sendo imprescindíveis.
Peuker, que também é CEO da Bee Touch, empresa de tecnologia voltada para mensuração de problemas psicossociais e que rastreia fatores de risco entre os trabalhadores, diz ainda que “temos vivido muito essa hiperconectividade, em que as pessoas não distinguem mais o momento de descansar e o de trabalhar”. Assim, esses problemas podem ser causados por diversos fatores.
A psicóloga também relata que problemas nas estruturas organizacionais podem influenciar nessa problemática, devido à falta de transparência nas empresas, conflitos internos, ambientes com muita competição e atividades que demandam um ritmo muito acelerado.
Nesse sentido, ela faz um alerta no sentido de que “as pessoas capazes de reconhecer seu potencial e suas limitações terão mais segurança e podem ser mais autênticas. O autoconhecimento permite identificar melhor suas próprias reações em diferentes contextos, além de garantir maior autocontrole. A questão psicológica ainda é um estigma no cenário do trabalho no Brasil. É preciso que isso seja mais discutido, justamente para evitar que hábitos como esses se propaguem. Sem saúde mental, não há saúde”, conclui.
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