Ansiedade com matemática cresce entre alunos brasileiros, revela estudo

Estudantes de 81 países revelam aumento da ansiedade quando têm de fazer exercícios de matemática.

Um levantamento realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) identificou um crescente nível de ansiedade em relação ao aprendizado de matemática entre estudantes de 81 países.

No Brasil, os índices se destacam negativamente e refletem uma preocupação com a saúde mental dos jovens e suas implicações no aprendizado.

O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA, na sigla em inglês), principal programa de avaliação educacional da OCDE, revelou que:

  • 65% dos estudantes nos países membros se preocupam com as notas de matemática.

  • 40% se sentem nervosos ao resolver problemas.

No Brasil, tais números são mais elevados, chegando a 79,5% e 62,3%, respectivamente. Divulgado em 13 de novembro de 2024, o relatório analisou dados de 2022, logo após a pandemia de Covid-19.

A pesquisa destacou ainda que a ansiedade tem aumentado globalmente, exceto em algumas nações asiáticas, como Coreia do Sul e Singapura.

Matemática tem gerado ansiedade nos alunos e afetado sua performance – Imagem: reprodução

Autoeficácia e desempenho

Os sentimentos de autoconfiança baixa e preocupação sobre o próprio desempenho ao lidar com a matemática geram um estado de instabilidade emocional, capaz de prejudicar os estudantes em exercícios da matéria.

A autoeficácia, ou seja, a crença dos alunos em suas capacidades, foi um dos fatores analisados e mostrou uma correlação direta com a ansiedade em matemática. Países com baixos índices de autoeficácia, inclusive o Brasil, apresentaram maior ansiedade.

Ao portal G1, Cláudia Costin, especialista em educação, afirma que a autoeficácia está ligada ao controle emocional e à disciplina no aprendizado. Alunos confiantes se sentem mais motivados e fazem mais perguntas, o que melhora o seu desempenho acadêmico.

Desafios do ensino de matemática no Brasil

No Brasil, o ensino de matemática enfrenta problemas que vão além da ansiedade, como aponta Costin ao G1. O método de ensino pouco interativo e focado na memorização limita o pensamento matemático dos alunos.

Tal cenário contribui para que 73% dos estudantes não alcancem o nível básico de conhecimento na disciplina.

Para lidar com isso, Costin sugere mudanças na formação docente a fim de gerar mais diálogo entre teoria e prática. Professores devem ser preparados para ensinar os alunos a raciocinar matematicamente, não apenas a resolver fórmulas.

Soluções e exemplos internacionais

Países como Coreia do Sul e Singapura, que conseguiram reduzir a ansiedade e alavancar o desempenho em matemática, servem de exemplo. Eles investem na relação positiva entre professores e alunos e adequam o ensino às necessidades específicas de cada estudante.

Para reverter o quadro no Brasil, é crucial investir na formação de professores e ampliar o tempo dedicado às aulas. Dessa forma, é possível garantir que todos tenham acesso a um ensino de qualidade e que consigam desenvolver confiança e habilidades matemáticas ao longo da vida.

* Com informações do portal de notícias G1.

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