Apenas 3 brasileiros possuem um tipo sanguíneo raro

Os tipos sanguíneos não se limitam apenas aos mais conhecidos, entre positivos e negativos, os sistemas O, AB, B e A. A verdade é que estes são apenas os populares entre os antígenos. Como orienta a Sociedade Internacional de Transfusão Sanguínea (em inglês, a sigla ISBT), foram identificados outros 43 sistemas e mais de 300 antígenos sanguíneos.

A principal diferença entre essas variáveis são as proteínas compostas. Existem outros que não são populares, mas tornaram-se conhecidos com o passar do tempo, como é o caso do ‘kell-null’, conhecido entre os profissionais como o fenótipo Bombaim.

A raridade do Bombaim se dá por não ter o antígeno H em células vermelhas. De acordo com informações, esses antígenos foram localizados em maior número no Reino Unido, no Japão e na Finlândia. O número é relativamente incrível no Brasil, como orientou o Ministério da Saúde, de acordo com o Cadastro Nacional de Sangue Raro (CNSR), registrando apenas três brasileiros com o tipo sanguíneo raro.

Doação do sangue raro no Brasil

O CNSR faz o quantitativo baseando-se em doações de sangue em hemocentros pelo país inteiro para conseguir localizar doadores em caso de necessidade. Isso acontece pelo fato de os pacientes com o sangue raro só conseguirem receber doações, em caso de necessidade, de outros pacientes com o mesmo tipo sanguíneo.

Uma dessas três pessoas precisou de doação de sangue no início de março, quando a coordenação-geral do Ministério da Saúde precisou encontrar o tipo sanguíneo raro para uma mulher do Piauí receber a doação. Foi montada uma força-tarefa quando identificaram o mesmo tipo sanguíneo em São Paulo, na cidade de Botucatu.

O sangue doado em São Paulo, para uma mulher localizada ao nordeste do Brasil, viajou 2.600 km até chegar à paciente. A mulher recebeu o sangue raro no mesmo dia após o doador cadastrado no sudeste realizar a doação do tipo sanguíneo raro. O que geralmente poderia ser feito na mesma região da cidade precisou movimentar outro estado.