Arqueólogos descobrem algo na África que muda TUDO o que se sabe sobre o passado da humanidade; entenda
Um artefato de madeira encontrado na Zâmbia surpreendeu os pesquisadores ao sugerir um nível intelectual mais elevado dos antepassados. Tais evidências mudaram o pensamento sobre como era a vida humana no passado.
Arqueólogos localizaram uma evidência extraordinária sobre como era o uso da madeira há 476 mil anos. Eles descobriram madeiras preservadas com entalhes que sugerem que os nossos antepassados usavam o material para fins estruturais.
“Eles usaram sua inteligência, imaginação e habilidades para criar algo que nunca tinham visto antes, algo que nunca existiu”, explicou o arqueólogo Larry Barham, da Universidade de Liverpool.
Os artefatos antigos foram descobertos em um rio na Zâmbia e o estudo arqueológico foi publicado na revista científica Nature, em setembro de 2023. Nessa pesquisa, o fato que mais surpreendeu os cientistas foi o estado de preservação dos troncos.
A madeira raramente se mantém conservada ao longo do tempo. Contudo, o material achado na Zâmbia estava em um local favorável à preservação.
(Imagem: Geoff Duller/Reprodução)
Os troncos foram encontrados na fronteira entre a Zâmbia e a Tanzânia, às margens de um rio que fica acima da cachoeira de Kalambo. No lugar, as madeiras ficaram alagadas e conservadas por milênios.
Por essa razão, a análise confirmou que a vida humana antiga já pensava em formas para combinar madeira em estruturas mais sofisticadas para a época.
Os pesquisadores encontraram “dois troncos interligados unidos transversalmente por um entalhe intencionalmente cortado”.
“Fiquei espantada ao descobrir que o trabalho em madeira era uma tradição tão profundamente enraizada”, afirmou Perrice Nkombwe, do Museu Livingstone, na Zâmbia.
O espanto da equipe se justifica pelo fato de que, até essa descoberta, os dados arqueológicos apontavam que a interação humana com a madeira na época do estudo se limitava à produção de fogo e à criação de ferramentas, como as lanças, afirma a BBC.
(Imagem: Larry Barham/Reprodução)
Artefatos foram identificados com técnica de luminescência
Para determinar a idade dos itens, os cientistas selecionaram dezesseis amostras e fizeram uma datação por luminescência que observa a radioatividade natural presente nos grãos da rocha.
Assim, foi revelado que os troncos de madeira têm cerca de 476 mil anos, como já citado, tornando-se um achado sem precedentes.
Depois, eles realizaram experimentos de marcenaria, estudos etnográficos e outras análises para identificar como tais madeiras eram empregadas pelos povos antigos.
Para a equipe de pesquisa, ainda é difícil determinar qual a estrutura completa das madeiras encontradas, porém, sabe-se que os entalhes foram feitos com objetos de pedra.
“Poderia ser uma estrutura para sentar na margem do rio e pescar”, sugeriu o arqueólogo Geoff Duller, da Universidade de Aberystwyth.
De toda forma, os troncos localizados são artefatos mais antigos que o Homo sapiens, que têm aproximadamente 315 mil anos. Por fim, os objetos do estudo foram levados e armazenados no Reino Unido, mas logo retornarão à Zâmbia para uma exibição.
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