Arqueólogos descobrem conhecimento medicinal avançado em humanos da Idade da Pedra
Uma descoberta recente feita por arqueólogos traça um novo paralelo entre os tratamentos medicinais e homens da Idade da Pedra. O resultado choca cientistas.
A história da medicina pode ser fortemente influenciada quando maiores estudos forem feitos em um corpo encontrado na Indonésia. Segundo arqueólogos indonésios e australianos, o jovem realizou uma cirurgia de amputação na perna antes de morrer. Saiba mais informações sobre a relação entre o indivíduo da Idade da Pedra e a medicina.
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Cirurgia de amputação em período pré-histórico
Povos egípcios, mesopotâmicos e gregos são conhecidos por seu amplo conhecimento em medicina. Hipócrates, considerado o pai da medicina, viveu em 460 a.C. Os povos do Egito Antigo já realizavam cirurgias no cérebro; no entanto, recentemente arqueólogos encontraram evidências que apontam que as cirurgias já eram realizadas no período pré-histórico. Veja como isso foi possível.
- Onde o jovem foi encontrado?
O corpo de um jovem localizando dentro da caverna Liang Tebo, na província oriental Kalimantan, em Bornéu, permaneceu intocado por 31.000 anos antes de ser encontrado por arqueólogos indonésios e australianos. Para calcular o período em que ele permaneceu ali, utilizou-se técnicas de datação por radiocarbono.
A descoberta foi publicada no periódico Nature, na última quarta-feira, 31.
- Por que essa notícia pode revolucionar a história da medicina?
O sexo do humano ainda não foi identificado, porém descobriu-se que esta pessoa teve a parte inferior da perna esquerda retirada cuidadosamente antes do momento de sua morte, que ocorreu em seus 19 ou 21 anos. Estima-se que a perda do membro ocorreu durante a pré-adolescência ou adolescência.
Essa amputação mostrou-se cuidadosamente realizada, corroborando com a tese de que foi realizada uma cirurgia para a retirada do membro, demonstrando certa sofisticação e conhecimentos medicinais mais aprimorados.
- Cirurgias de amputação são complicadas?
O procedimento não é simples. Para que o jovem tenha sobrevivido por bons anos após a amputação, é preciso que quem realizou tenha conhecimentos prévios sobre anatomia humana, interrupção do fluxo sanguíneo e anestesia. Além disso, esse indivíduo deveria ter o domínio de técnicas para impedir a infecção e quadros de sepse, utilizando instrumentos esterilizados ou com pouco grau de contaminação.
Considerando os fatores de risco de uma cirurgia de amputação, a sociedade ocidental só normalizou essa prática há aproximadamente cem anos, contudo já com acesso às anestesias (locais e gerais) e antibióticos de amplo espectro. Esses povos já faziam o mesmo procedimento – com sucesso – antes de tudo isso existir. Você consegue imaginar?
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