Aspartame: o adoçante que é 200 vezes mais doce que açúcar comum

Considerada nociva à saúde, essa substância é geralmente usada em alimentos em alimentos industrializados. Saiba mais!

Você já ouviu falar do aspartame? Esse aditivo alimentar, descoberto por acaso pelo químico James Schlatter, é um verdadeiro fenômeno doce.

Em 1961, durante suas pesquisas para desenvolver um medicamento para úlcera, Schlatter teve um incidente curioso. Enquanto misturava os componentes, uma pequena quantidade da substância espirrou em suas mãos.

Curiosamente, ao lamber o dedo para pegar uma folha de papel, ele sentiu um sabor inesperadamente adocicado. Intrigado, ele conectou os pontos e percebeu que o líquido que havia tocado seus dedos era o responsável por aquele sabor surpreendente.

Esse composto, posteriormente conhecido como aspartame, revelou-se 200 vezes mais doce do que o açúcar comum. Apenas uma pequena quantidade é necessária para atingir o mesmo nível de doçura proporcionado pela sacarose.

Quais são as funções do aspartame?

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ele é classificado como um edulcorante e realçador de sabor.

Como edulcorante, o aspartame confere um sabor doce aos alimentos, enquanto como realçador de sabor, ele ressalta e realça os sabores e aromas presentes nos alimentos.

No entanto, é importante destacar que a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc), vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), considera o aspartame como possível cancerígeno. Essa classificação tem gerado debates e aprofundamento de estudos sobre o tema.

Em termos de segurança, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos, estabelece uma ingestão diária máxima de 50 mg/kg de aspartame.

No Brasil, os limites máximos variam conforme o tipo de alimento. Para alimentos e bebidas destinados a dietas com ingestão controlada de açúcares, o limite é de 750 mg/kg.

Como saber se o alimento tem ou não aspartame?

Você deve estar se perguntando onde é possível encontrar o aspartame. O nutricionista Henrique Carreira explica que ele está presente em alimentos rotulados como “sem adição de açúcar” e também nos alimentos “diet”. Na prática, a diferença entre eles é direcionada ao público-alvo.

Para quem segue uma alimentação saudável e dietas restritivas, os alimentos dietéticos são indicados principalmente para pessoas com diabete, enquanto aqueles rotulados como “sem açúcar” são direcionados a consumidores que buscam opções mais saudáveis ou seguem dietas restritas.

No entanto, é importante ressaltar que os produtos diet também podem conter outros adoçantes, como xilitol e stevia. Para saber se um produto contém aspartame, basta verificar o rótulo.

Em quais alimentos é encontrado?

Entre os alimentos e bebidas nos quais o aspartame é comumente encontrado, destacam-se gomas de mascar, misturas em pó para cafés e cappuccinos, adoçantes de mesa, sucos em pó, gelatinas, refrigerantes e até mesmo comprimidos efervescentes de vitamina C.

É interessante notar que, no site da Coca-Cola, a empresa desmente os boatos de que o aspartame seja prejudicial à saúde.

Mais pesquisas a respeito da substância

Recentemente, novas pesquisas despertaram a atenção para o aspartame. Embora seu consumo tenha sido considerado seguro até então, resultados de estudos levaram o aspartame a ser incluído na lista de prioridades para avaliação do potencial carcinogênico pela Iarc e do risco de ingestão diária aceitável pelo Comitê Misto FAO/OMS de Especialistas em Aditivos Alimentares (JECFA). Esses resultados estão sendo aguardados e devem ser divulgados em breve.

O consumo de aspartame no Brasil

No Brasil, o uso de edulcorantes, incluindo o aspartame, é autorizado pela Anvisa, que realiza avaliações de segurança baseadas nas diretrizes da FAO e da OMS.

A agência continua acompanhando de perto os avanços científicos relacionados ao tema, demonstrando seu compromisso em garantir a segurança alimentar da população.

Desta forma, embora seu consumo seja considerado seguro dentro dos limites estabelecidos pelas agências reguladoras, a possível associação do aspartame com o câncer tem despertado interesse científico e está em processo de avaliação.

Por fim, a Anvisa afirmou que continua acompanhando as pesquisas e tomando as medidas necessárias para garantir a segurança dos consumidores.

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