Astrônomos detectam molécula essencial para a vida fora da Terra; entenda o que isso quer dizer

A NASA anunciou que informações obtidas por meio do telescópio espacial James Webb mostraram a presença da molécula de cátion metila (CH3+) no espaço sideral.

Em um feito histórico, cientistas detectaram a presença da molécula de cátion metila (CH3+) pela primeira vez no espaço, abrindo novas perspectivas sobre a formação da vida no cosmos.

A Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA, na sigla inglês) revelou essa emocionante descoberta durante a semana, baseada em informações capturadas pelo telescópio espacial James Webb.

(Imagem: NASA/Reprodução)

A descoberta

A molécula crucial foi identificada em um denso disco de gás e poeira circundando uma jovem estrela, localizada no coração de um sistema estelar em desenvolvimento, na Nebulosa de Órion, situada a aproximadamente 1.350 anos-luz da Terra.

O mais intrigante é que essa região celeste pertence ao mesmo braço espiral da Via Láctea que abriga o nosso próprio sistema solar.

A agência espacial norte-americana salienta a relevância deste achado, destacando que o carbono é um elemento fundamental em todas as formas de vida conhecidas até então.

A molécula CH3+ é responsável por catalisar a formação de outras moléculas de carbono, essenciais para os processos bioquímicos subjacentes à origem e evolução da vida.

A capacidade ímpar do telescópio Webb de analisar, tanto a resolução espacial como espectral, desempenhou um papel fundamental nessa descoberta, mostrando a sofisticação do equipamento.

A importância dessa molécula para a vida

“Esta detecção não apenas atesta a notável sensibilidade do Webb, mas também confirma o papel central postulado do CH3+ na química interestelar”, enfatiza Marie-Aline Martin-Drumel, cientista da Universidade de Paris-Saclay e membro da equipe de pesquisa.

Os pesquisadores observaram que o James Webb detectou a molécula em um ambiente intensamente irradiado por luz ultravioleta (UV), proveniente de jovens e massivas estrelas quentes.

Normalmente, seria esperado que a radiação UV desintegrasse moléculas orgânicas complexas, o que desafiaria a presença do CH3+.

No entanto, a equipe teoriza que essa mesma radiação UV pode agir como uma fonte de energia, facilitando a formação da molécula CH3+.

Uma vez criada, tal molécula tem um papel imprescindível ao catalisar reações químicas que levam à formação de moléculas de carbono mais intricadas, lançando as bases para a gênese da vida.

À medida que a ciência explora os confins do espaço, cada nova descoberta como essa expande nossa compreensão sobre os processos universais que moldam a vida.

A detecção do CH3+ na Nebulosa de Órion pelo telescópio James Webb é um marco histórico na busca pela compreensão de nossas origens cósmicas.

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