Barreiras etárias: o desafio da inserção dos maiores de 50 anos no mercado

O etarismo é um termo que se refere a preconceito, estereótipos e discriminação baseados na idade de uma pessoa, especialmente quando se trata de discriminação contra pessoas mais velhas.

Assim como outras formas de preconceito, o etarismo pode resultar em exclusão social, limitações de oportunidades e tratamento injusto no trabalho, na educação, na saúde e em outras áreas da vida. Assim como todo tipo de preconceito, o etarismo impõe barreiras e limites invisíveis de serem contemplados.

A agência Maturi, juntamente com a Ernst & Young, realizou um estudo em 2022 com quase 200 empresas brasileiras, revelando a presença marcante de etarismo no mercado de trabalho.

O estudo apontou que apenas de 6% a 10% dos funcionários nas empresas pesquisadas possuem mais de 50 anos. Compatível com essa descoberta, 78% das empresas reconhecem sua tendência etarista, afirmando não possuírem um contingente de trabalhadores mais idosos.

O mercado de trabalho brasileiro enfrenta barreiras etaristas

De acordo com a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), de 2012 a 2019, a população com idade superior a 50 anos subiu de 23% para 28%.

Seguindo a estimativa, até 2040, a maior parte dos trabalhadores brasileiros terão idade superior a 45 anos. Ainda de acordo com o IBGE, 17 milhões de famílias recebem o sustento de pessoas com idade superior a 60 anos.

De acordo com Litvak, fundador da agência Maturi, a inserção no mercado de trabalho pode ser dificultada devido a um fenômeno chamado de autoetarismo, em que as pessoas têm preconceito em relação à própria idade e acreditam que aprender algo novo é algo reservado aos mais jovens.

Para o especialista, o sistema não está preparado para a alta demanda que será vista nos próximos anos, visto que a expectativa de vida tem aumentado.