Beethoven não tinha predisposição genética para a música, segundo estudo

A amostragem se baseou em uma análise genética feita a partir de uma mecha de cabelo do lendário compositor.

Você já imaginou que um estudo científico possa ser capaz de “separar” um gênio da música de sua musicalidade?

Foi isso que uma pesquisa realizada pelo Instituto Max Planck de Estética Empírica (MPIEA) basicamente fez.

Genes de Beethoven não eram tão fãs assim de música

Cientistas da instituição utilizaram uma mecha de cabelo do lendário compositor Ludwig van Beethoven, falecido em 1827, para buscar traços genéticos que pudessem ser associados à predisposição à música, mas tiveram uma surpresa.

Segundo os especialistas, a análise do DNA de Beethoven comprovou que ele tinha pouca afinidade com os comportamentos específicos associados ao trabalho com música, como a sincronização temporal.

A pesquisa foi publicada na revista Current Biology e teve a colaboração do Instituto Max Planck de Psicolinguística (MPI-PL) da Holanda.

Laura Wesseldijk, principal autora do artigo, destacou que nenhum pesquisador da sua equipe imaginava o que encontraria nas avaliações do material genético de Beethoven.

“Antes de realizar qualquer análise, nós pré-registramos o estudo e enfatizamos que não tínhamos nenhuma expectativa prévia de como Beethoven se sairia”, disse ela.

“Em vez disso, nossa meta era usar o caso como um exemplo dos desafios de fazer predições genéticas sobre um indivíduo que viveu mais de 200 anos atrás”, completou.

No final das contas, o estudo comprovou que a compreensão da genialidade de Ludwig van Beethoven, assim como de qualquer outra pessoa, precisa muito mais do que análises genéticas para ser compreendida.

“Embora seja de esperar que a predição baseada na pontuação poligênica vá se tornar mais precisa no futuro, é importante lembrar que características humanas complexas, inclusive as habilidades musicais, não são determinadas apenas pelos genes ou pelo meio ambiente, mas antes definidas por sua interação complexa”, destacam os pesquisadores nas considerações finais do estudo.

Uma lenda


Ludwig van Beethoven morreu aos 56 anos – Imagem: Joseph Karl Stieler/domínio público/Flipar/reprodução

Nascido em 17 de dezembro de 1770 em Bonn, na Alemanha, Ludwig van Beethoven é considerado um dos maiores gênios da história da humanidade, tendo como foco a composição musical.

Aos cinco anos, enquanto estudava música com o pai, Beethoven já demonstrava grande afinidade com a música. Aos 12 esboçava suas composições e se apresentava profissionalmente.

Aos 22, mudou-se para Viena, na Áustria, a fim de aprofundar os seus estudos junto a Joseph Haydn e Amadeus Mozart.

Ainda jovem, aproximadamente aos 28 anos, Ludwig foi acometido por uma surdez progressiva que se agravou nos anos seguintes, levando-o à reclusão, mas que, contudo, não foi capaz de pará-lo completamente.

Infelizmente, o gênio faleceu em 1827 (como citado anteriormente) aos 56 anos, deixando um inestimável legado para a história da música.

Ao longo de sua carreira, Beethoven deixou obras-primas que serviram (e ainda servem) de inspiração para os músicos de vários gêneros.

Dentre as suas muitas criações estão a 3ª, a 5ª (principalmente) e a 9ª sinfonias, consideradas obras de arte irretocáveis.

Com informações do site Terra.

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