‘Brasil deve investir no ensino de matemática e estatística e a IA pode ajudar’, diz Nobel em Economia

De acordo com David Card, essas duas disciplinas atendem a grande parte dos anseios do mercado de trabalho moderno.

Em entrevista concedida ao jornalista Caio Reis, do jornal Folha de S. Paulo, o professor David Card, que recebeu o prêmio Nobel da Economia em 2021, afirmou que o Brasil precisa investir no ensino de matemática e estatística.

De acordo com David, que é professor de economia no campus da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, esse investimento deve ser feito no ensino médio regular.

Essas declarações foram dadas em meio a uma série de perguntas sobre o impacto da Inteligência Artificial em áreas como tecnologia, engenharia, ciência e matemática.

Nesse escopo, o professor opinou que a IA é como “uma criança de cinco anos extremamente brilhante”, fazendo referência aos níveis iniciais de desenvolvimento dessa tecnologia revolucionária.

Ainda segundo David Card, atualmente a Inteligência Artificial se resume a mecanismos que reformulam textos e informações de um jeito organizado e servil.

“Ela pode reproduzir e fazer frases e parágrafos completos. Mas o que ela está fazendo é essencialmente criar cópias complicadas. Então, se tudo o que você exigir dela é reter e reafirmar fatos de outras maneiras, ela é muito boa”, disse.

Por outro lado, Card afirmou que a IA pode ser um braço forte no que diz respeito ao ensino de matemática e estatística nas escolas.

“É possível que auxilie no ensino, no desenvolvimento de habilidades matemáticas. Há muitas pesquisas sobre isso agora. Uma máquina com IA pode interagir com outro computador e exibir um diagrama tridimensional, para que você possa ver como ele funciona e interpretá-lo. Presumo que assim a IA será útil na educação”, opinou.

Quando questionado sobre como a IA pode interferir no mercado de trabalho, David Card se limitou a dizer que não sabe bem o verdadeiro impacto que ela terá, mas sugere que alguns postos de trabalho podem sofrer automação, o que excluiria a necessidade de mão de obra humana.

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