Brasil possui a Internet mais resiliente da América do Sul

É o que aponta ranking produzido pela organização global beneficente Internet Society

Em meio a tantos títulos nada honrosos – campeão mundial de taxas reais de juros ou de maior desigualdade socioeconômica do planeta – o Brasil pode se orgulhar de possuir a Internet mais resiliente da América do Sul, segundo atesta o ranking do Índice de Resiliência na Internet (IRI), produzido pela Internet Society, organização global beneficente que defende a Internet aberta.

A liderança tupiniquim deixa para trás, tradicionais rivais no continente, como Chile, Argentina e Uruguai que, no entanto, apresentam índices de desenvolvimento humano (IDH) superiores ao do país verde-amarelo. O balanço mundial contém dados de 170 países.

Na avaliação da Internet Society, é considerada resiliente uma conexão de Internet que mantém um nível aceitável de serviço, diante de falhas e desafios à operação normal. Como critério de classificação, os países são avaliados dentro de uma escala que vai de zero a 100%, ou seja, quanto maior a nota, melhor posicionado estes serão.

Neste quesito, além de receber pontuação geral de 56% no IRI, o Brasil obteve 65% no quesito ‘prontidão de mercado’, melhor nota das Américas, superando nações mais desenvolvidas, como Canadá (59%), Estados Unidos (52%), Argentina (53%) e México (43%) – as cinco maiores economias do continente, além da brasileira. No ranking mundial, o topo coube à Suíça (73%), uma vez que nenhuma nação alçou 80% de classificação.

Para efeito de classificação das nações, o IRI efetua o rastreamento da resiliência da Internet, com base em métricas-chave, que incluem dados, como a qualidade da infraestrutura, desempenho e segurança da rede, sem contar a prontidão do mercado.

No cerne da iniciativa, a organização do ranking aponta a ‘oferta’ de insumos que permitam, tanto a agentes públicos, quanto para ativistas, a formulação de políticas que melhorem os indicadores de qualidade e disponibilidade da Internet.

Em nota, a Internet Society acentua que “os tomadores de decisão na América Latina podem usar essa visão geral para compreender as forças e fraquezas em seu ecossistema de Internet e tomar decisões baseadas em dados sobre onde investir e melhorar a resiliência geral do país”.

Nesse sentido, a organização ressalta que “nem todos os países dispõem de infraestrutura de Internet confiável”, lembrando que aqueles de baixa renda suportam redes subdimensionadas, carecem de infraestrutura de cabos robusta, assim como de sistemas redundantes de interconexão.

“Nesses países ou regiões, a probabilidade de ocorrerem interrupções da Internet é muito maior do que em outros lugares. Os países vizinhos têm menos probabilidade de fornecer interconexão e os provedores globais têm menos probabilidade de investir para melhorar a infraestrutura existente, pois a Internet não é suficientemente confiável. O custo do acesso à Internet para os usuários finais também é mais alto”, concluiu a Internet Society.

Confira as pontuações do México, Brasil e Colômbia nos quatro pilares que compõem o IRI:

Infraestrutura – As pontuações avaliam a existência e disponibilidade de infraestrutura física para conectividade com a Internet em cada país.

México: 39%

Brasil: 43%

Colômbia: 38%

Desempenho – As pontuações avaliam a capacidade das redes de cada país em fornecer aos usuários finais acesso contínuo e confiável aos serviços de Internet.

México: 35%

Brasil: 54%

Colômbia: 31%

Segurança – As pontuações medem a capacidade das redes de cada país em resistir a interrupções intencionais ou não intencionais, por meio da adoção de tecnologias e melhores práticas de segurança.

México: 61%

Brasil: 63%

Colômbia: 56%

Prontidão do Mercado – As pontuações medem a capacidade do mercado de cada país em se autorregular e oferecer preços acessíveis aos usuários finais, mantendo um mercado diversificado e competitivo.

México: 43%

Brasil: 65%

Colômbia: 59%

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