Pesquisa revela que no Brasil tem mais de 2,5 milhões de professores
O Brasil tem 2,5 milhões de professores e 2,1 milhões deles estão na educação básica.
Um estudo feito pelo Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), com base nos dados da última pesquisa do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), revela que a carreira docente não é atraente. Somente 3,3% dos estudantes de 15 anos pretendem tornar-se professores, e apenas 2,4% deseja lecionar na educação básica.
As razões para este fator podem ser salariais. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), professores ganham apenas três quartos do que ganham outros profissionais com formação equivalente. Segundo o Iede, alunos com melhores desempenhos gravitam para outras profissões, já que os estudantes que pretendem ser professores obtiveram no Pisa 18,5 pontos a menos da média do país em leitura, 20,1 a menos em ciências e 18,6 a menos em matemática.
Países onde a docência é uma profissão atraente, como Alemanha, Japão, Coreia do Sul, Áustria e Eslovênia, estudantes que querem ser professores se saíram melhor no Pisa do que a média nacional. Segundo o relatório Políticas Eficazes para Professores, da Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), “em países onde os salários dos professores é mais alto, estudantes de 15 anos tendem a desejar mais seguir a profissão. O mesmo ocorre em países onde os professores acreditam que a profissão é valorizada pela sociedade.”
Os dados do último Pisa também revelam a desigualdade entre o ensino na rede pública e privada. Enquanto no sistema público de educação apenas 43,5% alunos desejam concluir o ensino superior, a proporção salta para 68,8% no ensino privado. Menos de 1% dos brasileiros do sexo masculino e 0,5% do sexo feminino estão entre os alunos com rendimento mais elevado no PISA em ciências (aqueles com pontuação no nível de proficiência 5 ou superior).
Os dados
O Pisa é realizado entre os países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Brasil se qualifica na 63ª posição em ciências, 59ª em leitura e 65ª em matemática, entre 70 regiões avaliadas. O Inep coordena o Censo Escolar, com dados das secretarias estaduais e municipais de educação e escolas públicas e privadas do país na educação básica.
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