Casos concentrados de sífilis ocular nos EUA despertam alerta
Em especial, foi observado o caso de um grupo de mulheres que apresentaram sintomas da doença depois de se relacionarem com um mesmo homem.
Pesquisadores do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos estão demonstrando preocupação com o surgimento de um pequeno surto de sífilis ocular no país.
A doença foi rastreada num grupo de cinco mulheres que apresentaram sintomas depois de se relacionarem sexualmente com um mesmo homem.
Segundo as autoridades em saúde dos EUA, a Treponema pallidum, bactéria causadora da sífilis, pode infectar olhos, orelhas e cérebro. Porém, a infecção ocular não é tão comum, o que aponta para uma perigosa mutação do patógeno.
Os sintomas da sífilis ocular
O estudo que apresentou esse surto de casos de sífilis ocular nos EUA só foi apresentado agora pelo CDC, mas as mulheres envolvidas procuraram ajuda entre março e maio do ano passado.
Em geral, as pacientes, que têm entre 40 e 60 anos, apresentaram sintomas comuns como dores de cabeça, fotofobia, tonturas, enjoos e visão turva. Ao serem investigadas as causas dos sintomas, houve a identificação da bactéria causadora da sífilis.
Como todas as mulheres citaram um homem específico como parceiro sexual recente, os investigadores decidiram convidá-lo para consultas. Com isso, foi descoberto que o indivíduo possui sífilis na forma latente, tendo sido tratado com penicilina no passado.
Em sua forma latente, a Treponema pallidum não se manifesta no corpo do hospedeiro. Porém, por permanecer no corpo da pessoa, pode ser transmitida.
A sífilis ocular é considerada rara
Ainda de acordo com infectologistas especialistas em DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis), a sífilis ocular é rara, desenvolvendo-se em um baixo percentual dos pacientes infectados.
Em geral, a doença só atinge os olhos de portadores em estágio avançado, aqueles com 65 anos ou mais e soropositivos. O uso de algumas drogas também pode enfraquecer o sistema imunológico e favorecer o aparecimento da sífilis ocular.
Nenhuma das cinco mulheres componentes desse mini surto ocorrido nos EUA fazem parte dos grupos de risco citados acima. Também por esse motivo, as autoridades do CDC sugerem que a Treponema pallidum teve alguma mutação recente.
Contudo, vale ressaltar que durante os testes feitos no homem que infectou as mulheres, nenhum traço de uma possível nova cepa de T. pallidum foi encontrado.
De qualquer forma, infectologistas dos EUA e do mundo inteiro agora estão em alerta para o aparecimento de mutações que tornem a sífilis capaz de “caminhar” pelo corpo com maior liberdade.
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