Censo 2022 enfrenta dificuldades em fase de coleta; entenda problemática

Atraso na coleta dos dados para o Censo perdura há dois anos. Com a chegada da pandemia, a decisão foi de não dar prosseguimento. Em 2022, a justificativa é outra.

O atraso na coleta dos dados do Censo já se estende por dois anos. Originalmente era para ocorrer em 2020, mas por causa da pandemia da Covid-19, esse levantamento foi adiado para 2021. Devido à falta de verbas, orçamento foi transferido para 2022, mas agora nós enfrentamos outro problema.

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Desta vez, novamente diante de questões ligadas ao orçamento, o IBGE sofre da constante ameaça de uma greve de seus recenseadores, além da desistência dos cargos já ocupados.

Greve é uma possibilidade

A situação atual mostra um déficit de recenseadores, o que dificulta o andamento da coleta de dados. Os números estão abaixo em estados do sudeste, sul e centro-oeste. O instituto vinculou a dificuldade de contratar trabalhadores nessas regiões aos menores números de desemprego; entretanto, com relação às queixas que foram apresentadas por eles, foi informado que “os pagamentos aos recenseadores já foram regularizados em sua ampla maioria”.

Após o atraso de 24 meses, o STF determinou que a pesquisa deveria acontecer. Com a ordem, o Governo Federal liberou R$ 2,3 bilhões para execução, porém o valor liberado é 26% abaixo dos R$ 3,1 bilhões, que era o previsto.

Entre os trabalhadores que se unem na mobilização por direitos, Lucas Ferreira, da União dos Recenseadores de Salvador, abre a sua fala dizendo: “A greve será em último caso. Estamos tentando um diálogo com o IBGE, lançamos uma carta aberta ao presidente nacional da fundação e estamos pedindo que o instituto olhe para nossa situação”. E ainda faz um alerta: “Mas realmente, se não formos ouvidos, pretendemos fazer um movimento paredista. Não só na Bahia, mas um movimento nacional”.

Manifestação

Foi realizado no último domingo, 21, uma assembleia virtual com os recenseadores de Salvador. Há um planejamento para que uma manifestação seja realizada na sexta-feira, 26, às 9h na sede do IBGE da capital baiana. De acordo com Ferreira, o representante da união, os problemas enfrentados pela categoria são atrasos nos repasses do auxílio deslocamento, atraso no pagamento por setores já concluídos e também na remuneração referente do período de treinamento.

Os profissionais afirmam que falta clareza com os procedimentos de remuneração, pois é variável e depende do número de entrevistas e das horas de trabalho. O pagamento só ocorre após a conclusão do setor que, após passar por avaliação, é liberado. Todo o processo pode demandar até 15 dias.

No começo da semana, chamadas para a grave nas redes sociais em outros estados começaram a surgir. A previsão é que ocorra alguns protestos em 1 de setembro, caso nada mude até lá.

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