Cientistas afirmam que Marte está girando mais rápido, mas ninguém sabe dizer porquê

A constatação se deu através de um estudo, que foi publicado recentemente na renomada revista científica Nature.

Uma reviravolta cósmica está agitando o Planeta Vermelho, e os cientistas estão perplexos com as implicações. Um estudo recentemente publicado na revista Nature, liderado por uma equipe internacional de pesquisadores da Bélgica, dos EUA, da França e da Alemanha, revelou uma aceleração surpreendente na rotação anual de Marte.

Essa mudança, que desafia as expectativas e o entendimento atual, está deixando os especialistas intrigados. Entenda as razões nos dados revelados pelo estudo.

Mudança de rotação drástica

Os detalhes desse enigma estelar foram revelados por meio da sonda InSight, da NASA, que sondou o Planeta Vermelho durante quatro anos antes de ser aposentada em dezembro de 2022.

Os dados coletados pela sonda indicam que Marte está girando aproximadamente quatro milissegundos de arco mais rápido a cada ano. Embora essa aceleração possa parecer mínima, ela está gradualmente alterando a duração dos dias marcianos, fornecendo uma visão única da rotação do planeta.

(Imagem: Joshimerbin – Shutterstock/reprodução)

Os cientistas ainda estão tentando compreender o que exatamente está causando essa mudança dramática. A descoberta desafia as previsões convencionais sobre a rotação de Marte e pode revelar segredos profundos sobre a história e a evolução do planeta.

Os detalhes do estudo indicam que a análise cuidadosa das comunicações de rádio entre a sonda InSight e a rede de receptores de sinais em solo da NASA, conhecida como Deep Space Network, desempenhou um papel crucial na identificação dessa aceleração.

Observando variações sutis nas ondas de rádio ao longo de um período de 900 dias, os cientistas foram capazes de medir com precisão a rotação marciana e levantar hipóteses sobre uma possível redistribuição de massa dentro do planeta.

Essa aceleração na rotação, ao contrário do que ocorre na Terra, onde é causada pela influência gravitacional da Lua sobre os oceanos, intriga os astrofísicos. Sem a presença de oceanos em Marte, outras forças misteriosas devem estar em ação para desencadear essa mudança.

Uma das teorias aventadas sugere que o acúmulo de materiais nas calotas polares de Marte poderia estar influenciando a aceleração na rotação. Outra possibilidade é que forças internas, ainda desconhecidas, estejam desempenhando um papel vital nesse fenômeno intrigante.

Além da rotação, o estudo do RISE (Experimento de Rotação e Estrutura Interna) também forneceu dados valiosos sobre o núcleo de Marte, revelando informações sobre seu tamanho e sua densidade.

Essas descobertas podem oferecer insights valiosos sobre a composição interna do planeta, desvendando mistérios sobre sua formação e sua evolução.

Enquanto os cientistas continuam a analisar e interpretar essas descobertas notáveis, uma coisa é certa: Marte está nos surpreendendo mais uma vez.

Como observa o astrônomo Sebastien Le Maistre, do Observatório Real da Bélgica, esse experimento histórico ainda tem muito a revelar sobre o Planeta Vermelho.

À medida que novas pistas emergem e a compreensão aumenta, uma imagem mais nítida da aceleração da rotação de Marte poderá finalmente ser esculpida no grande livro do cosmos.

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