Cientistas concluem que o núcleo da Terra tem girado ao contrário

Mas o que essa constatação quer dizer e quais as consequências que tal situação pode trazer para vida na superfície.

Depois de analisarem o comportamento do núcleo da Terra por três décadas (entre 1990 e 2020), um grupo de cientistas chegou a uma conclusão alarmante: o núcleo terrestre está girando ao contrário.

Primeiro, os especialistas notaram que a rotação nuclear do planeta estava diminuindo, o que, dentre outras coisas, torna os dias mais longos.

Depois chegaram à conclusão de que a rotação diminuiu ao ponto de o núcleo agora girar na direção oposta.

Apesar dessa notícia, que parece um estopim para o “fim do mundo”, os responsáveis por esse estudo, publicado na renomada revista Nature Geoscience, afirmam que não há motivo para pânico.

O grupo de especialistas foi liderado por John Vidale, professor e reitor de Ciências da Terra na Faculdade de Letras, Artes e Ciências da Califórnia Dornsife (USC Dornsife).

Segundo eles, tudo que está acontecendo no núcleo da Terra é normal, dentro dos parâmetros geológicos do nosso planeta.

Acontece que esse giro oposto é um movimento estrutural (ou estruturante) do planeta, apesar de poder impactar o aumento dos dias na Terra. Mas estamos falando de milissegundos de aumento, no máximo.

De qualquer forma, essas pequenas variações rotacionais só foram notadas através de registros de atividades sísmicas em diversas regiões do mundo. Ou seja, elas podem estar relacionadas com eventos geológicos que podem ser sentidos na superfície ou perto dela.


Núcleo terrestre gira em sentido oposto atualmente – Imagem: reprodução

Qual o motivo?

Ainda de acordo com os cientistas responsáveis pelo estudo, tal mudança de direção na rotação do núcleo da Terra tem a ver com a diminuição na velocidade do movimento.

Os especialistas afirmam que, conforme os dados analisados, a rotação nuclear terrestre é dividida em ciclos de 70 anos.

Em outras palavras, a cada sete décadas o núcleo desacelera e muda a direção de rotação, o que é visto como um movimento normal.

Ainda se sabe muito pouco sobre os movimentos rotacionais do núcleo da Terra e as implicações que eles trazem.

Isso porque o local só foi compreendido, por assim dizer, em 1936, quando a sismóloga dinamarquesa Inge Lehmann o descreveu como uma “bola de metal sólida”.

Já os estudos a respeito da rotação do núcleo só começaram a se desenvolver entre as décadas de 1970 e 1990. Então, é correto afirmar que novas pesquisas devem ser aguardadas para que conclusões mais corretas sejam tiradas.

Precisamos nos preocupar?

Bom, até o momento, a comunidade científica, especialmente a área focada em geologia, não explicou as consequências dessa mudança de direção do núcleo terrestre. Ainda não existem muitas informações consolidadas a respeito, como citamos acima.

Inclusive, a equipe de John Vidale também investiga se o campo magnético da Terra possui alguma influência nessa “dança” feita pelo núcleo do planeta.

O jeito é aguardar por novas pesquisas na área para, quem sabe, ter respostas sobre os mistérios envolvendo o tema.

* Com informações da revista Nature Geoscience.

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