Cientistas descobrem intrigante exoplaneta ‘com cauda’ a 160 anos-luz da Terra
De acordo com os astrônomos, o rastro do corpo celeste tem cerca de 580 mil quilômetros de comprimento.
Você já imaginou um exoplaneta que observado à distância tem a aparência de um cometa? Pois bem, existe um assim e ele foi descoberto recentemente.
Trata-se de WASP-69b, um gigante gasoso 10% maior que Júpiter que está a cerca de 160 anos-luz da Terra e tem uma “cauda”, igual aos cometas.
De acordo com os cientistas que descobriram esse corpo celeste raro, num primeiro olhar aquilo que parecia ser uma cauda foi prontamente detectado.
Porém, com o passar do tempo os astrônomos acharam que não se tratava de uma cauda ou que ela seria bem pequena. Em estudos posteriores, descobriu-se que a cauda não apenas existe de fato, como tem cerca de 580 mil quilômetros de extensão.
Ainda segundo os pesquisadores que descobriram WASP-69b, o planeta está muito próximo da sua estrela, com uma órbita de apenas 3,9 dias. Toda essa velocidade faz com que a matéria gasosa na sua superfície seja “soprada” pelos ventos estelares, criando a cauda.
Representação de WASP-69b orbitando sua estrela. (Imagem: Observatório WM Keck/Adam Makarenko/reprodução)
O estudo
Todas as informações sobre WASP-69b foram publicadas em um estudo publicado pelo The Astrophysical Journal, que por sua vez foi realizado com informações coletadas do Observatório W. M. Keck, que fica no Havaí, Estados Unidos.
A pesquisa também foi apresentada à Sociedade Americana de Astronomia (American Astronomical Society, em inglês), que atestou os dados coletados pelo Keck.
Dentre outras informações interessantes sobre WASP-69b, estão a de que a sua estrela, denominada WASP-69, está evaporando a sua atmosfera pouco a pouco.
Atualmente, a cauda do exoplaneta, que é feita majoritariamente de gás Hélio e é uma prova inconteste desse processo, já tem 7 vezes o comprimento do seu diâmetro, e isso só deve aumentar.
Contudo, segundo os pesquisadores WASP-69b não corre o risco de desaparecer, pelo menos não até WASP-69 tornar-se uma gigante vermelha e engoli-lo. Enquanto isso, sua curiosa condição continuará sendo estudada de perto.
“O sistema WASP-69b é uma joia porque podemos estudar a sua perda de massa atmosférica em tempo real. Isto representa uma rara oportunidade para compreender a física crítica que molda milhares de outros planetas”, disse o astrônomo e astrofísico Erik Petigura, um dos coautores do estudo.
* Com informações de Olhar Digital e The Astrophysical Journal
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