Como é ter um pai com Transtorno de Personalidade Borderline?

Um caminho difícil e tortuoso para enfrentar.

Uma das principais dificuldades apontados pelos filhos, quando questionados, é entender o que está acontecendo, em ambiente com pais que apresentam Transtorno de Personalidade Borderline.

Há impulsos negativos, que podem se tornar muito perigosos – porque são episódios de violência, agressividade, ou perda da sanidade, sem limites. É como se naquele momento a mente deles estivesse bloqueada e não houvesse nada externo que os devolvesse à realidade. Continue a leitura e descubra.

São situações verdadeiramente perigosas para todos, que criam um estado geral de angústia, medo e tensão que cada vez mais prejudica as relações familiares.

O que é o Transtorno de Personalidade Borderline?

O Transtorno de Personalidade Borderline é um problema de saúde psicológico e psiquiátrico, em que o acometido apresenta uma personalidade com um padrão de instabilidade constante. O paciente pode apresentar oscilações de humor e comportamento, além de mudanças de atitude súbitas e de forma impulsiva.

Viver com um pai com Borderline é vivenciar episódios intensos de raiva, depressão ou ansiedade com duração variável de horas a dias. Inclusive, podendo cometer tentativas de suicídio. Portanto, trata-se de um transtorno de difícil diagnóstico, cuja identificação e tratamento corretos são de extrema importância.

Como o filho lida com a situação?

No convívio, surgem situações como brigas, mudanças na emocionalidade e comportamentos impulsivos, que desconcertam muito os familiares. É um desentendimento que engloba a impossibilidade de empatia com o filho, não saber como ajudá-lo, o que fazer para que ele se sinta bem, observando como o filho sofre.

Não entender por que o pai passa do amor ao ódio, por tantas vezes ao dia, entrando em conflito, sem motivo, porque ele culpa por algo que o filho não fez. Ter sido envolvido em um turbilhão de sentimentos e emoções, que não consegue digerir, porque transbordam para todo o lado, a dificuldade de não saber nomear o que se passa com ele.

Importância do diagnóstico de Transtorno de Personalidade Borderline

A informação oferecida sobre o diagnóstico torna-se muito importante. Se o filho conseguir associar que todo comportamento do pai é produto da doença dele – e não porque ele é um monstro -, o próximo passo é aprender a lidar com os sintomas da doença.

Entender como funciona o cérebro de um pai com Borderline ajuda a reagir de acordo com cada situação. Além disso, o filho aprende a simpatizar com pai e aprende a administrar tanto seus momentos ruins quanto os bons. É uma condição que se aproxima para contribuir com a saúde mental de todos.

Por isso, quando se perguntam aos filhos, quais são as principais necessidades que têm face à situação com o pai com Transtorno Borderline, a primeira questão que se aponta é ter um profissional que consiga entender a grande dificuldade que sentem, aquele turbilhão de emoções intensas, em que eles estão imersos sem a capacidade de ver a luz no fim do túnel.

É uma necessidade que implica um apoio emocional, uma dedicação para ordenar e compreender uma situação que se descontrolou para toda a família. Afinal, não só é necessária a informação, mas também apoio emocional no processo que envolve a mudança.

Esta é uma situação que, se não receber atenção especializada, torna-se um mal-estar familiar crônico, com desesperança, decepção e tristeza. Surge a sensação de que sofrerão muito estando sozinhos, pois não conseguirão se tornar independentes, ser autônomos, então o futuro se abre com muitos medos e incertezas.

Portanto, percebe-se que esta é uma situação que obriga os filhos a entenderem o contexto antes de iniciar uma mudança. O Borderline é uma condição que deve ser acompanhada por profissionais especializados e empáticos, que fornecem suporte emocional e técnico nas relações estabelecidas entre os membros.

Isso é fundamental nesses casos, pois situações de risco devem ser evitadas. Atendendo ao problema, é possível ajudar a cuidar de todos.

Beatriz Campos – Psicóloga – CRP: 12/04116

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