Mulheres indianas recorrem a alfinetes como defesa contra assédio

Para combater a esse tipo de assédio, as mulheres usam o que tiverem à mão.

O assédio sexual pode assumir muitas formas diferentes, incluindo o assédio verbal, o contato físico indesejado, o stalking (perseguição) e a violência sexual. Para combater esse tipo de assédio, as mulheres usam o que tiverem à mão, mas as indianas parecem ter dado um novo fim para alfinetes. Saiba mais!

Mulheres usam o que encontrarem para se defender do assédio

Muitas usam guarda-chuvas, mantêm as unhas compridas e pontiagudas para arranhar “mãos bobas”, usam o salto fino dos sapatos para atingir os homens que se aproveitam da multidão e entre muitos outros objetos.

Agora, um item em específico vem se destacado pela eficiência: as mulheres estão usando alfinetes. Os alfinetes são pequenos objetos usados para prender tecidos e outros materiais juntos durante o processo de costura.

Eles consistem em uma haste de metal com uma extremidade pontiaguda e uma cabeça, que pode ter várias formas e cores. Inventados em 1849, eles também podem ser usados para revidar contra seus agressores.

Deepika Shergill, escreveu sobre um incidente no qual ela usou o objeto. Ela contou à BBC que aconteceu em um ônibus que ela sempre pegava para ir ao escritório.

O episódio ocorreu há muito tempo, mas ela ainda relembra os mínimos detalhes. Shergill tinha 20 anos de idade e o abusador estava na casa dos 40 anos.

“Ele sempre vinha e ficava perto de mim”, ela conta. “Ele se inclinava, esfregava a virilha nas minhas costas e caía em cima de mim sempre que o motorista freava.”

No entanto, uma noite, quando “ele começou a se masturbar e ejaculou no meu ombro”, ela decidiu que bastava.

No dia seguinte, Shergill trocou as sandálias baixas por sapatos de salto alto e embarcou no ônibus armada com um alfinete de segurança.

“Assim que ele chegou e ficou perto de mim, levantei do meu assento e amassei os dedos dos pés dele com os saltos. Eu o ouvi ofegante e fiquei muito alegre”, afirma ela. “Então usei o alfinete para furar seu antebraço e rapidamente saí do ônibus.”

É importante dizer que não estimulamos as reações violentas e que possam expor a sua segurança. Lembre-se de sempre buscar ajuda em situações de assédio e prezar pela sua integridade física.

Assédio sexual

Por meio de uma pesquisa online em 140 cidades indianas em 2021, 56% das mulheres contaram que já sofreram abuso sexual no transporte público, mas apenas 2% foram à polícia.

Mais de 52% das mulheres entrevistadas contaram que já desistiram de oportunidades de educação e emprego, devido à “sensação de insegurança”.

Kalpana Viswanath, uma das fundadoras da organização social Safetipin, que trabalha para tornar os espaços públicos seguros e inclusivos para as mulheres, disse que o medo da violência sexual afeta a mobilidade e o lado psicológico das mulheres.

“As mulheres começam a impor restrições a si próprias, o que as impede de terem cidadania igual à dos homens”, explica ela.

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