Por que os humanos têm menos pelos do que os primatas?

Há diferenças notáveis entre seres humanos e primatas, como a comunicação entre seus pares, a postura ereta ao caminhar e o fato de o corpo humano não possuir pelos. Embora essa comparação pareça fugir à regra, ela é totalmente questionável. É possível questionar, por exemplo, qual a justificativa para os humanos terem perdido seus pelos.

A quantidade de pelos em humanos

Cientificamente, a comparação só é efetiva porque outros mamíferos possuem muito mais pelos do que os humanos, já que estima-se que o corpo humano tenha em média cerca de cinco milhões de folículos capilares. Além dos humanos, apenas alguns animais como baleias, ratos-toupeira-pelados e rinocerontes possuem poucos ou nenhum pelo.

A maioria desses folículos produz apenas pelos finos ou curtos, sem muita característica aparente, exceto pelos cabelos, é claro. Somente após a puberdade é que os pelos começam a crescer nas axilas, regiões íntimas, barba, peito e costas, geralmente em homens.

Embora a ciência ainda não tenha encontrado uma explicação exata para a perda capilar nos humanos, a bioantropóloga da Universidade do Sul da Califórnia sugere que os pelos são curtos demais para proteger o corpo de eventos externos.

Existem diversas teorias que foram propostas para explicar a queda capilar em humanos, e muitos especialistas acreditam que a perda de pelos ajudou a regular a temperatura corporal, resultando em um “resfriamento do corpo”.

Entenda o que se concluiu sobre a diminuição de pelos nos humanos

ciência sugere que a necessidade de termorregulação nos primeiros humanos durante o período Pleistoceno pode ter levado à perda de pelos. Naquele período, espécies como o Homo erectus começaram a caçar com frequência, o que muitas vezes os levava a níveis elevados de exaustão.

Passar o dia caçando poderia colocar os hominídeos em risco de superaquecimento. A perda de pelos pode ter ocorrido para permitir que o suor pudesse resfriar o corpo com mais eficiência.

Embora essa teoria pareça plausível, ela apresenta falhas em alguns detalhes. Por exemplo, existem populações que deixaram de praticar corrida e caça e, mesmo assim, seus pelos não voltaram a crescer, como acontece com a maioria dos mamíferos.

Existem diversas teorias em torno dessa questão e uma infinidade de possibilidades. Os questionamentos continuam sendo válidos para desvendar os mistérios da vida humana. A pesquisa é importante não só para entender a perda de pelos em humanos, mas também para lidar com problemas comuns, como calvície, queda de cabelo indesejada e a queda de cabelo causada por tratamentos de quimioterapia.

Embora possa parecer incompleto ou inconclusivo, os resultados de anos de teorias levantadas ajudam a apoiar estudos mais atuais.