Conheça a primeira aluna surda a se tornar Mestre no seu curso de pós-graduação

Darlene Seabra de Lira foi a primeira aluna surda de pós-graduação a defender uma dissertação de mestrado que foi traduzida em Libras.

A ex-professora da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Darlene Seabra de Lira, foi a primeira aluna surda de pós-graduação a defender uma dissertação de mestrado que foi traduzida em Libras, que é a linguagem brasileira de sinais, na Universidade de Santarém, oeste do Pará.

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O título de mestre em educação foi recebido por ela no dia 13 de setembro, sendo uma conquista muito comemorada. A pesquisa dela recebeu o título de “Política pública de educação bilíngue (Libras/português) em Santarém — Pará: o que sinalizam os surdos”. Além de ter se tornado mestre, ela também está realizando um marco muito importante relacionado à inclusão de pessoas surdas em Santarém.

Ela passou por inúmeros desafios, como o de estar presente na sala de aula, participar das disciplinas, realizar alguns trabalhos com um certo êxito para conseguir alcançar as notas de aprovação, além também de ir para o campo para levantar alguns dados necessários para essa dissertação, onde se tornaram alguns quesitos desafiadores para a estudante. E todo esse esforço feito por ela valeu a pena, trazendo assim a sua aprovação no dia da defesa de sua tese.

Para poder chegar à parte de conclusão do seu trabalho, a nova mestre teve que interagir com alunos surdos também, buscando entender como foi a educação deles, ou melhor dizendo, como foi todo o processo educacional dos alunos, desde sua educação básica até o ensino superior.

Conforme a orientadora da dissertação, professora Ednea Carvalho, o trabalho mostrou o quanto é diferente a forma de educação entre as pessoas que são inclusivas e o que é educação bilíngue. “Esses parâmetros não são a mesma coisa. Em Santarém, às vezes, gera-se essa dúvida entre o que é educação inclusiva e o que é a bilíngue”, disse ela.

A professora também dá destaque para Darlene, que fazia entrevistas com os surdos, o que acabou gerando um questionamento também.

“Baseada na epistemologia, ela foi buscar autores que faziam essa discussão, como a própria Ana Regina de Souza Campelo, que trabalha no Instituto Nacional de Educação para Surdos e estava na banca de defesa. É importante entender como se dá esse processo e como, infelizmente, aqui em Santarém, ainda temos esta falta da afirmação da política pública para surdos em nosso município”, completou ela.

Ainda conforme informações de Ednea, estar orientando trabalhos sobre esse tema foi uma oportunidade muito incrível e também será, de certa forma, inesquecível para todos que participaram. “É uma grande satisfação poder prestigiar um projeto dessa natureza. Foi um privilégio, eu como orientadora e o professor Edilan Quaresma como coorientador”, finalizou.

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