Costa do Canadá sofre com quase 2 mil terremotos em 24h

A Terra, em sua constante evolução, surpreendeu recentemente com uma série de quase 2 mil terremotos ocorrido em um único dia, ao largo da costa do Canadá. Em seu pico de atividade, teve uma média de 200 terremotos por hora.

Este fenômeno, concentrado na localidade de Endeavour, a cerca de 240 quilômetros da Ilha de Vancouver, sugere uma intrigante atividade geológica: a possível formação de uma nova crosta oceânica devido a uma ruptura magmática nas profundezas do mar.

Este evento não apresenta ameaças imediatas às populações costeiras, dada a natureza e localização dos terremotos, majoritariamente pequenos e situados em uma região distinta da zona de subducção. Contudo, a significância científica destes sismos é notável, revelando detalhes sobre o processo de distensão do assoalho oceânico, onde as placas tectônicas do Pacífico e de Juan de Fuca se afastam uma da outra.

Endeavour, que faz parte da rede de experimentos submarinos NEPTUNE, administrada pela Ocean Networks Canada, tem sido objeto de monitoramento contínuo, especialmente desde 2018, quando a região mostrou um aumento na atividade sísmica. A recente explosão de terremotos em 6 de março é um evento raro, mas esperado dentro do ciclo aproximado de 20 anos identificado pelos cientistas, marcando um período crítico onde o estresse acumulado é liberado, permitindo que o magma ascenda e forme nova crosta.

Os impactos desses terremotos transcendem o aspecto geológico, afetando a biologia marinha ao redor de Endeavour. Esta área, conhecida por seus respiradouros hidrotermais e rica biodiversidade, incluindo exóticas chaminés fumegantes e comunidades de tubarões e caranguejos, pode experienciar alterações em sua ecologia devido às mudanças na química e no fluxo dos fluidos subterrâneos.

O evento destaca a dinâmica e a constante transformação do nosso planeta, oferecendo uma janela única para os mistérios da formação da crosta terrestre e os processos subjacentes que moldam o mundo. Este episódio, portanto, não apenas captura a atenção da comunidade científica, ele também serve como um lembrete de que nosso planeta está em constante transformação.