COVID-19 pode causar dano cerebral em pessoas com ansiedade ou depressão

O estudo mostrou que esses pacientes sofrem uma redução da área límbica do cérebro.

Um novo estudo, realizado pela Unicamp, indica que a infecção por SARS-CoV-2 causa dano cerebral em pacientes com depressão ou ansiedade. A COVID-19 foi responsável pela morte de mais de 6 milhões de pessoas em todo o mundo, se tornando uma pandemia causada pelo coronavírus. Ela causa sintomas respiratórios leves até graves, e pode ser fatal para pacientes não vacinados. A pesquisa brasileira mostra que COVID-19 pode causar dano cerebral em pacientes com transtornos emocionais.

Relação entre COVID-19 e dano cerebral em pacientes com depressão ou ansiedade

A Universidade de Campinas realizou um estudo que buscava analisar possíveis danos cerebrais em pacientes com COVID-19. O estudo contou com 254 pacientes, com média etária de 41 anos, que desenvolveram COVID-19 leve.

Além disso, foram realizados diagnósticos de depressão e ansiedade, em que 102 pacientes apresentavam os sinais dos transtornos, e 152 não.

O estudo preliminar foi divulgado no dia 20 de fevereiro pela Academia Americana de Neurologia, nos EUA. A versão completa do artigo deve chegar em abril.

Avaliação do sistema nervoso dos pacientes

De acordo com as análises, os pacientes com COVID-19 e depressão ou ansiedade tiveram redução da massa cerebral na área límbica. Essa área atua na memória e no processamento de emoções e está envolvida com o humor dos humanos.

Enquanto isso, não foi notada nenhuma alteração nos pacientes com COVID-19, mas sem depressão ou ansiedade.

Segundo a Drª Clarissa Yasuda, da Unicamp, “Nossos resultados sugerem um padrão severo de mudanças em como o cérebro se comunica, bem como em sua estrutura, principalmente em pessoas com ansiedade e depressão com síndrome de Covid longa. A magnitude dessas mudanças sugere que elas podem levar a problemas de memória e habilidades de pensamento”.

Os autores destacam como limitação do estudo o diagnóstico da ansiedade. Isso porque essa classificação partiu de relatos próprios dos pacientes, que responderam aos questionários de ansiedade e depressão.

Nesse sentido, é necessário que se façam estudos de acompanhamento mais longos.

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