Crimes na internet: casos de xenofobia aumentaram 874% em 12 meses
Crimes registrados na internet cresceram em 2022, como aponta a Safernet. Discursos de ódio envolvendo a xenofobia estão em alta.
Palavras de ofensas, discursos de ódio e diversas formas de violência têm sido propagadas na internet nos últimos anos. Embora este seja um assunto comumente tratado, as evidências não negam que há uma “indisposição” quando tentamos falar sobre os crimes cibernéticos. De acordo com a Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos da Safernet, foram mais de 70 mil denúncias registradas somente no ano passado.
Por mais que pareça um número questionável quando se tratar de crime virtual, 2022 foi o ano que apresentou os maiores registros da história. Os dados foram contabilizados pela Safernet nesta terça-feira, 7.
A organização observou no levantamento que as denúncias de discurso de ódio na internet inflamaram no período de eleição no país. Infelizmente, esta é uma tendência para os próximos anos também. Os meses seguintes ao período eleitoral apresentam melhorias e taxas menores dos violências do tipo.
Crimes cibernéticos estão em crescimento no Brasil
De acordo com os dados, o crime que conquistou espaço na internet foi a xenofobia, a intolerância, o preconceito e a violência direcionada a uma determinada comunidade. Foi um crescimento representativo de 874% desde 2021, com 10.686 denúncias registradas. A porcentagem torna-se ainda alarmante quando são observados aqueles registrados em 2021, visto que “só” houve 1.098 denúncias xenofóbicas na internet.
Em segundo lugar, temos a intolerância religiosa com 456% de crescimento durante o mesmo período, metade representada pela xenofobia. Misoginia aumentou 251% desde 2021, representando o terceiro lugar nos crimes cometidos virtualmente. Posicionamentos racistas, homofóbicos, contra a vida ou a integridade do cidadão e incitação de crimes representaram taxas maiores.
O neonazismo, que é crime no Brasil, apresentou uma queda de 81,6% em 2022, quando comparado a 2021. Em contrapartida, esta porcentagem não indica que a prática tenha sido controlada no país, como aponta Thiago Tavares, diretor-presidente da Safernet: “A redução de boa parte da atividade das células neonazistas no Brasil migrou da web aberta para ambientes mais fechados, como aplicativos de troca de mensagens e fóruns na deep web”.
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