Dados linguísticos revelam a Amazônia como berço de civilizações
O Tupi-Guarani era a língua mais falada pelos índios nativos, com falantes por toda a costa brasileira e partes da Amazônia.
Ao observar o repertório linguístico dos povos nativos da Amazônia, nota-se sua importância e relevância para o surgimento de diversas culturas da América do Sul, onde a variedade de idiomas é um preceito básico.
As chamadas “línguas isoladas”, que não possuem semelhantes lexicais, constituem 50% do percentual linguístico do nosso continente, dentre as centenas já existentes.
Em comparação à Europa e Ásia, o continente sul americano saiu na frente graças às práticas agrícolas.
Derivados do tronco linguístico indo-europeu, o sucesso alcançado por esse tipo de idioma deve-se, sobretudo, à vantagem competitiva dos falantes originais, associado principalmente às expansões e desenvolvimento de populações dos povos chineses dominantes de Han e dos povos africanos do idioma Bantu, que percorriam de Camarões à África do Sul.
A dominação por meio de estratégias de guerra e de produção agrícola davam o total domínio desses povos sobre outros menores, que sucumbiam frente à essas influências.
No território sul americano, não há registros de que tenha existido uma população com tamanha força de dominação. Entretanto, dados apontam famílias linguísticas que dominavam dezenas de idiomas e milhares de quilômetros de extensão territorial.
Origens linguísticas
O mais famoso e conhecido expoente dessa família linguística é, sem dúvida, o Tupi-Guarani. No começo do século XVI, ele já se espalhava por toda costa brasileira, atingindo um pedaço da região uruguaiana e amazônica.
Acredita-se que o grupo que deu origem à língua tenha surgido onde hoje é o Estado de Rondônia, no mesmo período do faraós do Egito antigo, há milênios atrás.
Dados apontam que as culturas linguísticas da família Aruak surgiram no noroeste da Amazônia, atingindo também boa parte do território colombiano e caribenho. Tribos dos índios Taino e Palikur faziam parte desse grande grupo étnico-linguístico, caracterizando a pluralidade das alianças do chamado Alto-Xingu.
Em relação à região central do país, que incluem algumas áreas do interior das regiões Sul e Sudeste, a família linguística dominante era o Macro-Jê, frequentemente utilizado pelos povos Xavante e Kaingang.
Acredita-se que o desenvolvimento e expansão da agricultura influenciaram diretamente a expansão idiomática advinda da região Amazônica. Diversas plantas, até então consideradas silvestres, foram “domesticadas” por esses povos em ascensão.
A exemplo temos o cacau, o abacaxi, a mandioca, a pupunha, o amendoim, que representam algumas das mais de 80 espécies adaptadas para uso e consumo humano.
Outro fator importante teria sido a entrada do milho vindo do México em território sul americano por meio da floresta Amazônica. Essa multiplicidade agrícola permitiu aos povos da região, sobretudo os índios Tupi-Guarani, dominar e colonizar outras tribos da região da Mata Atlântica que, até então, eram separados das outras populações.
Veja também: Religião Indígena – Cultura, resumo, rituais, símbolos
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